Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Gyula Juhász - O trabalho

Há quem, como o poeta húngaro Gyula Juhász, teça encômios ao trabalho e, no caso, mesmo às tarefas realizadas em fábricas, a exemplo das que povoam a imaginação do autor, lá pelas primeiras décadas do século XX, quando então, decerto, não respondiam por critérios de segurança e salubridade.

Há quem, no outro pólo, faça elogios ao ócio, como o grande filósofo galês Bertrand Russell, em “Praise of Idleness” (“O Elogio ao Ócio”, 1935), ou ainda, mais recentemente, o cientista social Domenico De Masi, em “L’Ozio Creativo” (“O Ócio Criativo”, 2000). Filio-me incondicionalmente à segunda corrente! (rs).

J.A.R. – H.C.

Juhász Gyula il lavoro
(1883-1937)

A munka

Én őt dicsérem csak, az élet anyját,
Kitől jövendő győzelmünk ered,
A munkát dalolom, ki a szabadság
Útjára visz gyász és romok felett.

A gyárkémény harsogja diadalmát
S a zengő sínen kattogó vonat.
A béke ő, a haladás, igazság,
Mely leigázza a villámokat.

Nagy városokban, végtelen mezőkön
A dala zeng és zúgni fog örökkön,
Míg minden bálvány porba omol itt.

Én őt dicsérem csak, az élet anyját,
Kinek nővére Szépség és Szabadság
S kinek világa most hajnalodik.

Fábrica perto de Pontoise
(Camile Pissaro: pintor francês)

O trabalho

Apenas a ele exalto, o progenitor da vida,
De quem dimana a nossa futura vitória,
Canto o trabalho, em cuja trilha a liberdade
Orienta-se acima do lamento e da ruína.

As chaminés da fábrica rugem em triunfo
E o trem ronca sobre os sonantes trilhos.
Sua é a paz, o progresso, a justiça,
Que a tudo domina com o seu clarão.

Nas grandes cidades, em campos infindos
Ressoa a sua música, e para sempre ressoará,
Até que os ídolos colapsem e caiam por terra.

Apenas a ele exalto, o progenitor da vida,
De quem a Liberdade e a Beleza são irmãs
E cujo mundo está agora a despontar.

Referência:

GYULA, Juhász. A munka (Én őt dicsérem...). In: __________. Juhász Gyula: válogatott versek. Budapest, HU: Kossuth Kiadó, 2008. o. 232. (“Klasszikus Magyar Líra Sorozat”, k. 13)

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