Alpes Literários
Subtítulo
domingo, 31 de julho de 2016
Luís Vaz de Camões - Coitado!
sábado, 30 de julho de 2016
Jorge de Lima - Não procureis qualquer nexo naquilo
sexta-feira, 29 de julho de 2016
Carlos Drummond de Andrade - Conclusão
Neste soneto de versos decassílabos, alguns rimados
outros não, Drummond detém-se sobre os limites da linguagem na Lírica, analisando
o que seja a poesia, ou bem melhor, o que ela não representa – “coxa, fúria,
cabala” –, simples vocábulos que conectam o objeto ao nome que lhe atribuímos. Por
extensão, nem o próprio belo seria poesia, segundo o poeta!
A
julgar pela construção negadora de negação do itabirano – “o que não é poesia
não tem fala” –, resta-nos a impressão de que, porventura, o poeta não esteja a
afirmar que somente o verbalizável constitui poesia, senão que aquilo que não a
encerra não tem o poder de reverberar, de ser presença tangível no mundo – ainda
que no seu mundo interno, dada a latente sugestão de que a verdadeira expressão
poética talvez não esteja nas palavras, mas no silêncio e na introspecção.
J.A.R. – H.C.
Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)
Retrato de Cândido
Portinari
Conclusão
Os impactos de amor
não são poesia
(tentaram ser:
aspiração noturna).
A memória infantil e
o outono pobre
vazam no verso de
nossa urna diurna.
Que é poesia, o belo?
Não é poesia,
e o que não é poesia
não tem fala.
Nem o mistério em si
nem velhos nomes
poesia são: coxa,
fúria, cabala.
Então, desanimamos.
Adeus, tudo!
A mala pronta, o
corpo desprendido,
resta a alegria de estar
só, e mudo.
De que se formam
nossos poemas? Onde?
Que sonho envenenado
lhes responde,
se o poeta é um ressentido,
e o mais são nuvens?
Em: “Fazendeiro do Ar & Poesia Até Agora”
(1953)
Leitora Pensativa
(Franz Dvorak: pintor
tcheco)
Referência:
ANDRADE, Carlos
Drummond. Conclusão. In: __________. Antologia
poética (organizada pelo autor). 48. ed. Prefácio de Marco Lucchesi. Rio de
Janeiro, RJ: Record, 2001. p. 254.
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quinta-feira, 28 de julho de 2016
Gilberto Mendonça Teles - O Belo
quarta-feira, 27 de julho de 2016
John Keats - Do ‘Endymion’
terça-feira, 26 de julho de 2016
Nuno Júdice - Lugones
segunda-feira, 25 de julho de 2016
Afonso Lopes Vieira - O Gato
O gato, à sua janela,