Uma fuga para um mundo onde as lutas inglórias contra os agressores da
natureza possam ser assimiladas sem dor, parece, à primeira vista, ser o tema
maior deste poema da poetisa norte-americana.
Mas jaz em suas palavras algo de uma infantil evasão, como se tal
retirada se referisse a um retorno às imagens lendárias da natura perpassada
por espíritos com os quais Elinor se identifica: uma encantada fada fora do
alcance da ruína.
J.A.R. – H.C.
Elinor Wylie
(1885-1928)
Escape
When foxes eat the last gold grape,
And the last white antelope is killed,
I shall stop fighting and escape
Into a little house I’ll build.
But first I’ll shrink to fairy size,
With a whisper no one understands,
Making blind moons of all your eyes,
And muddy roads of all your hands.
And you may grope for me in vain
In hollows under the mangrove root,
Or where, in apple-scented rain,
The silver wasp-nests hang like fruit.
A Raposa e as Uvas
(Yelena Rubin: pintora
norte-americana)
Fuga
Quando as raposas
comerem as últimas uvas douradas,
E o último antílope
branco for morto,
Deixarei de lutar e
fugirei
Até uma pequena casa
que haverei de construir.
Antes, porém, me
encolherei até o tamanho de uma fada,
Com um sussurro que
ninguém entenda,
Fazendo luas cegas de
todos os vossos olhos,
E caminhos lamacentos
de todas as vossas mãos.
E podereis me buscar
às apalpadelas
Em cavidades sob a
raiz do mangue,
Ou onde, na chuva com
aroma de maçãs,
Os prateados ninhos
da vespa pendem como fruta.
Referência:
WYLIE, Elinor. Escape. In: BENÉT, William Rose; AIKEN, Conrad (Eds.). An anthology of famous english and american
poetry. New York, NY: Random House Inc., 1945. p. 785. (‘The Modern
Library’)
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