Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

segunda-feira, 21 de março de 2016

Elinor Wylie - Fuga

Uma fuga para um mundo onde as lutas inglórias contra os agressores da natureza possam ser assimiladas sem dor, parece, à primeira vista, ser o tema maior deste poema da poetisa norte-americana.

Mas jaz em suas palavras algo de uma infantil evasão, como se tal retirada se referisse a um retorno às imagens lendárias da natura perpassada por espíritos com os quais Elinor se identifica: uma encantada fada fora do alcance da ruína.

J.A.R. – H.C.

Elinor Wylie
(1885-1928)

Escape

When foxes eat the last gold grape,
And the last white antelope is killed,
I shall stop fighting and escape
Into a little house I’ll build.

But first I’ll shrink to fairy size,
With a whisper no one understands,
Making blind moons of all your eyes,
And muddy roads of all your hands.

And you may grope for me in vain
In hollows under the mangrove root,
Or where, in apple-scented rain,
The silver wasp-nests hang like fruit.

A Raposa e as Uvas
(Yelena Rubin: pintora norte-americana)

Fuga

Quando as raposas comerem as últimas uvas douradas,
E o último antílope branco for morto,
Deixarei de lutar e fugirei
Até uma pequena casa que haverei de construir.

Antes, porém, me encolherei até o tamanho de uma fada,
Com um sussurro que ninguém entenda,
Fazendo luas cegas de todos os vossos olhos,
E caminhos lamacentos de todas as vossas mãos.

E podereis me buscar às apalpadelas
Em cavidades sob a raiz do mangue,
Ou onde, na chuva com aroma de maçãs,
Os prateados ninhos da vespa pendem como fruta.

Referência:

WYLIE, Elinor. Escape. In: BENÉT, William Rose; AIKEN, Conrad (Eds.). An anthology of famous english and american poetry. New York, NY: Random House Inc., 1945. p. 785. (‘The Modern Library’)

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