Temos aqui um poema sob a forma de plano de trabalho para a arte poética,
proposto pelo poeta argentino Alberto Girri: uma arte plena de controvérsias,
dúvidas, indagações, como uma teologia criadora de objetos, proponente de novos
mundos.
Arte sempre aberta a suscitar questionamentos irredutíveis, caudatária
de furtivas verdades, sempre entrevista a expensas de algo estabelecido: a
convenção, a linguagem, as tribulações.
J.A.R. – H.C.
Alberto Girri
(1919-1991)
Arte poética
Un elemento de
controversia
que nos lleve a lo
paradojal
tras cada línea, cada
pausa;
la ambigüedad a
expensas de la convención.
Una premisa constante,
la duda,
indagando en la
realidad,
buscándola fuera del
contexto;
la materia a expensas
del lenguaje.
Una síntesis
intransferible y bella
con ánimos, bestias,
escrituras,
profanados sub specie aeternitatis;
la imaginería a
expensas de tormentos.
Una teología creadora
de objetos
que se negarán a ser
hostiles a Dios.
En: “La penitencia y el mérito” (1957)
En: “La penitencia y el mérito” (1957)
Mestre da Imaginação
(Michael Cheval:
artista russo)
Arte Póetica
Um elemento de
controvérsia
que nos leve ao
paradoxal
após cada linha, cada
pausa;
a ambiguidade a
expensas da convenção.
Uma premissa
constante, a dúvida,
indagando na
realidade,
buscando-a fora do
contexto;
a matéria a expensas
da linguagem.
Uma síntese
intransferível e bela
com estímulos,
bestas, escrituras,
profanados sub specie aeternitatis;
a imaginação a
expensas de tormentos.
Uma teologia criadora
de objetos
que se negarão a ser
hostis a Deus.
Em: “A penitência e o mérito” (1957)
Em: “A penitência e o mérito” (1957)
Referência:
GIRRI, Alberto. Arte poética. In: Ortega,
Julio (Comp.). Antología de la poesía
hispanoamericana actual. 8. ed. México (DF): Siglo XXI, 2001. p. 120.
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