Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Stoian Mikhailovski - A Pulga e a Tartaruga

Temos aqui um gracioso poema do búlgaro Stoian Mikhailovski, que nos faz rememorar as conhecidas fábulas de Esopo ou de La Fontaine. E claro, com a lição de moral tão característica das criações da espécie!

Extrai-se da leitura do poema uma clássica recomenda: é preferível viver em domínio próprio, em sua casa, do que de favores em casa alheia, ainda que a casa onde se more possa parecer um estorvo aos olhos de terceiros.

J.A.R. – H.C.

Stoian Mikhailovski
(1856-1927)

A Pulga e a Tartaruga

Um dia a velha pulga, gorducha,
a tartaruga vê
e por troça lhe pergunta:
“Dessa concha de osso,
quando te libertarás?
Pensas não sair jamais
dessa toca negra
onde estás prisioneira?
Por que suportas ainda
tão longa escravidão, semelhante desonra?
Olha a minha moradia
naquele belo palácio
de fúlgido esplendor...
Nós lá vivemos, naquele...
Isto é, eu vivo nele,
e o patrão é
um magnata estatal...”.
Responde o animal:
“Do meu destino não lamento.
Vivo numa pobre casa, é verdade,
mas livre e contente,
e nela sou patrão!”.

Tartaruga de Deserto
(Laura Curtin: pintora norte-americana)

Referência:

MIKHAILOVSKI, Stoian. A pulga e a tartaruga. In: FREIRE, Carlos (Organização, seleção e tradução). Babel de poemas: uma antologia multilíngue. Porto Alegre, RS: L&PM, 2004. Em búlgaro: p. 28; em português: p. 29.

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