Alpes Literários

Alpes Literários

Subtítulo

UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Alfred Lord Tennyson - Profecia

Neste monólogo dramático, fronteiriço às melhores páginas da ficção científica, o poeta inglês Tennyson discorre sobre a sua visão do futuro. Trata-se de um cenário que, a princípio, se mostra conturbado pela luta dos povos em busca dos frutos do progresso humano.

Ao final, o poeta passa a crer num amanhã pacificado por uma “norma universal”, a superar as batidas do “tambor da guerra”. Haveria, segundo ele, um raio de esperança com o fim da contenda nacionalista, superada por meio da formação de um "Parlamento do homem", uma “Federação mundial” que acabaria por trazer paz à Terra.

J.A.R. – H.C.

Alfred Lord Tennyson
(1809-1892)

Prophecy

For I dipt into the future, far as human eye could see,
Saw the Vision of the world, and all the wonder that would be;

Saw the heaven fill with commerce, argosies of magic sails,
Pilots of the purple twilight, dropping down with costly bales;

Heard the heavens fill with shouting, and the rained a ghastly dew
From the nation’s airy navies grappling in the central blue;

Far along the world-wide whisper of the south-wind rushing warm,
With the standards of the people plunging thro’ the thunderstorm;

Till the war-drum throbb’d no longer, and the battle flags were furl’d
In the Parliament of men, the Federation of the world.

There the common sense of most shall hold a fretful realm in awe,
And the kindly earth shall slumber, lapt in universal law.

(From “Locksley Hall”)

Profecia
(Victor Bregeda: pintor russo)

Profecia

Porque imergi no futuro,
até onde o olho humano pode ver,
Vislumbrei a Visão do mundo,
e todo o encanto que podia ser;
Vi os céus cheios
de naus, corsários, velas de magia,
Pilotos do crepúsculo
rubro tombando em cargas de valia;
Ouvi os céus cheios de gritos,
e lá choveu um lívido orvalhar
Das vistosas esquadras
das nações no azul central a atacar;
Bem longe, o murmurar no mundo inteiro
do vento sul nesse ímpeto que esquenta,
Com os emblemas dos povos
mergulhando nos raios da tormenta;
Até que o tambor de guerra
não soasse e bandeiras ao reverso
No Parlamento do homem,
Federação de todo este universo.
Lá o senso comum da maioria
suporta um febril reino em sobressalto,
E a benévola terra
dormirá envolta em norma universal.

Referência:

LORD TENNYSON, Alfred. Prophecy / Profecia Traduçaõ de José Lino Grünewald. In: GRÜNEWALD, José Lino (Organizador e Tradutor). Grandes poetas da língua inglesa do século XIX. Edição bilíngue. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 1988. Em inglês: p. 92; em português: p. 93. (“Poesia de Todos os Tempos”)

Nenhum comentário:

Postar um comentário