Mais um poema tendo os Magos por tema, desta feita do professor de
medicina e poeta carioca Aloísio de Castro (HADDAD, 1960, p. 85). O soneto,
como se pode apreciar, fixa-se no enredo da história narrada na Bíblia, embora
adote outros detalhes, que lhe foram acrescentados posteriormente.
Aliás, hoje se comemora o “Dia de Reis”. Logo, nada melhor que um poema
a eles dedicado, talvez na mais clássica forma poética entre todas as
existentes, exatamente para assinalar essa já tradicional festa cristã.
J.A.R. – H.C.
Aloísio de Castro
(1881-1959)
A Adoração dos Magos
Vendo surgir a
súbitas, no oriente,
Luz de formosa
estrela nunca vista,
Os três Magos
convieram: “Para a frente!
A voz enfim
cumpriu-se do Salmista!”
Partiram. Dá-lhes
rumo o astro, e com a vista
Ao céu voltada, no
deserto ardente
Caminham, sem saber
onde imprevista
A casa surgirá, do
Deus vivente.
Jerusalém! Aos
místicos clarores.
Eis Belém de Judá, a
humilde gruta,
A Mãe, que o Filho ao
colo traz suspenso...
E ali onde o adoraram
os pastores.
Agora os Reis: já
derredor se escuta
O hino da oferta de
ouro e mirra e incenso...
A Adoração dos Magos
(Albrecht Dürer:
artista alemão)
Referência:
CASTRO, Aloísio. A adoração dos magos.
In: HADDAD, Jamil Almansur (seleção, tradução e notas). Noite santa: antologia de poemas de Natal. São Paulo: Autores
Reunidos, 1960. p. 87.
Garfield se despede
até o próximo Natal.
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