A vida humana no âmbito privado e as suas conexões com a dimensão
pública. É mais ou menos assim a forma como vemos este gracioso poema do irlandês
W. B. Yeats: o mundo à beira de uma guerra e o poeta se deliciando em imaginativa
lascívia, tudo por ter uma jovem mulher à altura de seus olhos (rs).
Enquanto isso, o próprio autor emprega, como epígrafe ao seu poema, um
pensamento de Thomas Mann, chamando à responsabilidade todos os homens de sua
época, pois, em sua visão, a irrupção bélica está a um passo. Eis aí o dilema: “homo
politicus” x “homo sensualis”.
J.A.R. – H.C.
W. B. Yeats
(1865-1939)
Politics
“In our time
the destiny of man
presents its
meanings in political terms”.
(Thomas Mann)
How can I, that girl standing there,
My attention fix
On Roman or on Russian
Or on Spanish politics?
Yet here’s a travelled man that knows
What he talks about,
And there’s a politician
That has both read and thought,
And maybe what they say is true
Of war and war’s alarms,
But O that I were young again
And held her in my arms.
Arte e Política
(Steven J. Levin:
artista norte-americano)
Política
“Em nosso tempo, o destino do homem
encontra seu significado em termos
políticos”.
(Thomas Mann)
Como posso eu, com aquela
moça ali parada,
Fixar minha atenção
Na política Romana,
Russa ou Espanhola?
No entanto, há aqui
um homem viajado que sabe
Do que fala,
E ali há um político
Que tem lido e
pensado,
E talvez o que eles
dizem seja verdade
Sobre a guerra e seus
alarmes,
Mas, oh, fosse eu
jovem novamente
E a tomaria em meus
braços!
Referência:
YEATS, W. B. Politics. In: PINSKY, Robert; DIETZ, Maggie (Coords.). American’s favorite poems: the favorite
poem project anthology. New York, NY: W. W. Norton, 2000. p. 304.
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