A natureza tem o poder de encantar e de devastar. De ser uma mãe
prodigiosa e, em outras circunstâncias, cruel. Mas é a um momento entre os
primeiros que o educador e poeta norte-americano Henry Wadsworth Longfellow
tece elogios.
Longfellow retoma a ideia do desconhecido em muito maior peso em relação
ao que sabemos, daquilo por conhecer mais próximo do infinito e do indeterminado
do que se pode abarcar no limitado espaço de um vida sob o sol. Vidas que “adormecem”
e cedem espaço a outras tantas, para que o universo não cesse de ser
investigado por esse ínfimo “caniço pensante”...
J.A.R. – H.C.
Henry Wadsworth Longfellow
(1807-1882)
Nature
As a fond mother, when the day is o’er,
Leads by the hand her little child to bed,
Half willing, half reluctant to be led,
And leave his broken playthings on the floor,
Still gazing at them through the open door,
Nor wholly reassured and comforted
By promises of others in their stead,
Which, though more splendid, may not please him
more;
So Nature deals with us, and takes away
Our playthings one by one, and by the hand
Leads us to rest so gently, that we go
Scarce knowing if we wish to go or stay,
Being too full of sleep to understand
How far the unknown transcends the what we know.
Gaia
(Geraldine Arata:
artista norte-americana)
Natureza
Como uma mãe
afetuosa, quando findo o dia,
Que leva pela mão o seu
pequeno filho à cama,
Meio por vontade e
outro tanto relutante,
Por deixar os seus
brinquedos quebrados no chão,
De modo que ainda os
contempla pela porta aberta,
Não de todo tranquilo
e confortado
Por promessas de
outros em seu lugar, os quais,
Melhores que sejam,
poderão mais não agradá-lo;
Assim a Natureza lida
conosco, e remove os
Nossos brinquedos uma
a um, e pela mão
Nos leva a descansar
tão suavemente, que quase
Não sabemos se
queremos com ela ir ou ficar,
Estando carregados de
sono para compreender
Até que ponto o
ignorado transcende o que sabemos.
Referência:
LONGFELLOW, Henry Wadsworth. Nature. In: NOSTRAND, Albert D. Van; WATTS
II, Charles H. (Eds.). The conscious voice:
an anthology of american poetry from
seventeenth century to the present. New York, NY: The Liberal Arts Press, 1959.
p. 86.
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