Marina
Tzvietáieva (“Tsvetáeva” nas
traduções de Veronica Filíppovna) retorna a este blog por meio de um poema que
bem sublinha o seu estado de espírito: “Não colherás viva minha alma”, afirma,
como se estivesse prevendo o seu fatídico destino.
Um adendo: junto à tradução de Augusto de Campos não consta o poema em
sua escrita original. Por tal motivo, apresento-o em russo, como consignado no ‘site’
dedicado à poetisa na internet, cujo endereço oferecemos no ‘hiperlink’ fixado
no título do poema.
J.A.R. – H.C.
Marina Tzvietáieva
(1892-1941)
Не возьмешь моего
румянца —
Сильного — как
разливы рек!
Ты охотник, но я не
дамся,
Ты погоня, но я есмь
бег.
Не возьмешь мою душу
живу!
Та́к, на полном скаку погонь —
Пригибающийся — и
жилу
Перекусывающий конь
Аравийский.
25 декабря 1924
A Vida de um Caçador: Um Tenso Apuro
Arthur Fitzwilliam
Tait: pintor anglo-americano
À Vida
Não colherás no meu
rosto sem ruga
A cor, violenta
correnteza.
És caçadora – eu não
sou presa.
És a perseguição – eu
sou a fuga.
Não colherás viva
minha alma!
Acossado, em pleno tropel,
Arqueia o pescoço e
rasga
A veia com os dentes,
o corcel
Árabe.
25 de dezembro de 1924
Referência:
TZVIETÁIEVA, Marina. À vida. In:
CAMPOS, Augusto de (seleção e tradução). Poesia
da recusa. São Paulo, SP: Perspectiva, 2006. p. 157. (‘Signos’, n. 42)
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