Do livro “The Tower” (“A Torre”), de 1928,
um poema como a vida e seus ciclos, do grande poeta irlandês Yeats. E um poema
também sobre os quereres humanos, um sem fim de desejos que migram de um a
outro, mal findo o regalo prometido por cada capricho.
Yeats interpreta essa excitação
sanguínea como um distúrbio no qual se encerra um insuspeitado suspiro pelo
jazigo, ou melhor, pela morte. Um turbilhão de desejos, cumpridos ou não, cujas
linhas de força emanam de um ponto para o qual todos, infalivelmente,
convergimos.
J.A.R. – H.C.
W. B. Yeats
(1865-1939)
The Wheel
Through winter-time we call on spring,
And through the spring on summer call,
And when abounding hedges ring
Declare that winter’s best of all;
And after that there’s nothing good
Because the spring-time has not come −
Nor know that what disturbs our blood
Is but its longing for the tomb.
As Quatro Estações
(Autoria Incerta)
A Roda
No inverno clamamos
pela primavera,
E na primavera invocamos
o verão,
E quando as sebes se
tornam abundantes
Declaramos que o inverno
é a melhor das estações;
Mas logo depois
afirmarmos que nada há de bom
Porque a primavera ainda
não chegou –
Mal sabemos que o que
perturba o nosso sangue
É somente o seu
vívido anelo fúnebre.
Referência:
YEATS, W. B. The wheel. In: __________. The collected poems of W. B. Yeats. Revised
2nd edition. Edited by Richard J. Finneran. New York, NY: Collier Books – MacMillan Publishing Company, 1989. p. 211.
❁
Nenhum comentário:
Postar um comentário