Passo por aqui para postar uma breve reflexão, de autoria do escritor
francês Jules Renard, sobre a história natural que, há milênios, faz gato e
rato serem duas criaturas inseparáveis. E adivinhem quem sempre se dá mal no
final desse enredo?
Mas tal história tende a se alterar: como os gatos se tornaram companheiros de luxo dos humanos, abriram mão de suas primitivas caçadas. Com isso, os ratos têm-se reproduzido num ritmo ainda mais veloz que o de sua natural fertilidade. Isso explica a facilidade com que os vemos, a céu aberto, pelos quatro cantos da cidade.
Mas tal história tende a se alterar: como os gatos se tornaram companheiros de luxo dos humanos, abriram mão de suas primitivas caçadas. Com isso, os ratos têm-se reproduzido num ritmo ainda mais veloz que o de sua natural fertilidade. Isso explica a facilidade com que os vemos, a céu aberto, pelos quatro cantos da cidade.
J.A.R. – H.C.
Jules Renard
(1864-1910)
O Gato
O meu não come ratos.
não gosta. Se apanha algum, é para brincar com ele.
Quando brincou tudo,
poupa-lhe a vida, e vai sonhar noutra parte, o inocente, sentado no caracol do
seu rabo, a cabeça fechada como um punho.
Mas, por causa das
garras, o rato morreu.
Em: “Histórias Naturais”
Referência:
RENARD, Jules. O gato. In: SENA, Jorge
de. (Antologia, tradução, prefácio e notas). Poesia do século XX: de Thomas Hardy a C. V. Cattaneo. Porto, PT:
Inova-Porto, julho/1976. p. 152. (Coleção “As mãos e os frutos, n. 14)
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