Com um tom geral de
otimismo, a escritora inglesa nos faz ver que a vida não é um sonho tão sombrio
assim, senão uma experiência que merece ser vivida e desfrutada, a despeito dos
inevitáveis percalços a que cada um está exposto, por força de suas conjunturas
contingentes.
Coragem e determinação, perseverança e fé no futuro são o remédio para se atravessar as tormentas do desalento, mantendo-se firme a esperança de que o ciclo retorne em algum momento ao ápice de bonança. Afinal, como diz o vetusto ditado: “Não há bem que sempre dure, tampouco mal que nunca se acabe”! Ou ainda certa passagem daquela famosa composição da dupla Ivan Lins & Vitor Martins: “Desesperar, jamais! (...) Não tem cabimento entregar o jogo no primeiro tempo”!
J.A.R. – H.C.
Charlotte Brontë
(1816-1855)
(Retrato de George
Richmond)
Life
Life, believe, is not a dream
So dark as sages say;
Oft a little morning rain
Foretells a pleasant day:
Sometimes there are clouds of
gloom,
But these are transient all;
If the shower will make the roses
bloom,
O why lament its fall?
Rapidly, merrily,
Life’s sunny hours flit by;
Gratefully, cheerily,
Enjoy them as they fly.
What though Death at times steps in,
And calls our Best away?
What though sorrow seems to win
O’er hope, a heavy sway?
Yet Hope again elastic springs,
Unconquered, though she fell;
Still buoyant are her golden
wings,
Still strong to bear us well.
Manfully, fearlessly,
The day of trial bear,
For gloriously, victoriously,
Can courage quell despair.
A manhã de um novo
dia
(Alexander Zhilyaev:
pintor russo)
Vida
A vida, acredite, não
é um sonho
Tão sombrio como
dizem os sábios;
Com frequência, uma
breve chuva matinal
Prenuncia um dia agradável:
Às vezes, há nuvens opressivas,
Mas são todas
passageiras;
Se a chuva faz com
que as rosas floresçam,
Oh, por que lamentar
a sua queda?
Rápida e alegremente,
As horas ensolaradas
da vida passam;
Com gratidão, com
entusiasmo,
Desfrute-as enquanto se
esvaem!
E se a morte, por
vezes, intervém
E subtrai o nosso
Melhor?
E se a tristeza subjuga
aparentemente
A esperança num
domínio opressivo?
Ainda assim,
elástica, a Esperança põe-se de pé,
Não derrotada, embora
haja tombado;
Suas asas douradas
ainda flutuam,
Fortes o suficiente
para bem nos suster.
Com valentia, sem
medo,
Suporte o dia da
provação,
Pois gloriosamente,
vitoriosamente,
Pode a coragem impor-se
ao desespero!
Referência:
BRONTË, Charlotte.
Life. In: __________. An hour with Charlotte Brontë; or, Flowers from a
Yorkshire moor. Edited by Laura C. Holloway. New York, NY: Funk &
Wagnalls, 1883. p. 138.
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