Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

domingo, 14 de dezembro de 2025

Charlotte Brontë - Vida

Com um tom geral de otimismo, a escritora inglesa nos faz ver que a vida não é um sonho tão sombrio assim, senão uma experiência que merece ser vivida e desfrutada, a despeito dos inevitáveis percalços a que cada um está exposto, por força de suas conjunturas contingentes.

 

Coragem e determinação, perseverança e fé no futuro são o remédio para se atravessar as tormentas do desalento, mantendo-se firme a esperança de que o ciclo retorne em algum momento ao ápice de bonança. Afinal, como diz o vetusto ditado: “Não há bem que sempre dure, tampouco mal que nunca se acabe”! Ou ainda certa passagem daquela famosa composição da dupla Ivan Lins & Vitor Martins: “Desesperar, jamais! (...) Não tem cabimento entregar o jogo no primeiro tempo”!

 

J.A.R. – H.C.

 

Charlotte Brontë

(1816-1855)

(Retrato de George Richmond)

 

Life

 

Life, believe, is not a dream

So dark as sages say;

Oft a little morning rain

Foretells a pleasant day:

Sometimes there are clouds of gloom,

But these are transient all;

If the shower will make the roses bloom,

O why lament its fall?

Rapidly, merrily,

Life’s sunny hours flit by;

Gratefully, cheerily,

Enjoy them as they fly.

 

What though Death at times steps in,

And calls our Best away?

What though sorrow seems to win

O’er hope, a heavy sway?

Yet Hope again elastic springs,

Unconquered, though she fell;

Still buoyant are her golden wings,

Still strong to bear us well.

Manfully, fearlessly,

The day of trial bear,

For gloriously, victoriously,

Can courage quell despair.

 

A manhã de um novo dia

(Alexander Zhilyaev: pintor russo)

 

Vida

 

A vida, acredite, não é um sonho

Tão sombrio como dizem os sábios;

Com frequência, uma breve chuva matinal

Prenuncia um dia agradável:

Às vezes, há nuvens opressivas,

Mas são todas passageiras;

Se a chuva faz com que as rosas floresçam,

Oh, por que lamentar a sua queda?

Rápida e alegremente,

As horas ensolaradas da vida passam;

Com gratidão, com entusiasmo,

Desfrute-as enquanto se esvaem!

 

E se a morte, por vezes, intervém

E subtrai o nosso Melhor?

E se a tristeza subjuga aparentemente

A esperança num domínio opressivo?

Ainda assim, elástica, a Esperança põe-se de pé,

Não derrotada, embora haja tombado;

Suas asas douradas ainda flutuam,

Fortes o suficiente para bem nos suster.

Com valentia, sem medo,

Suporte o dia da provação,

Pois gloriosamente, vitoriosamente,

Pode a coragem impor-se ao desespero!

 

Referência:

 

BRONTË, Charlotte. Life. In: __________. An hour with Charlotte Brontë; or, Flowers from a Yorkshire moor. Edited by Laura C. Holloway. New York, NY: Funk & Wagnalls, 1883. p. 138.

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