Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sábado, 12 de julho de 2025

Francesco De Napoli - O Ofício do Poeta

O poeta reflete sobre a sua vocação e ofício, num exame acerca da essência do ato criativo, por meio do qual empreende sua incansável busca pela verdade: De Napoli vê na solidão uma condição inerente ao labor poético, um árduo caminho que se percorre desacompanhado e que requer coragem e maturidade daquele que se dedica aos versos.

 

Redigir poemas, segundo lhe parece, envolve escolhas fundamentais entre disjuntivas que representam distintos caminhos e estilos poéticos, adotando-se – como se disse – o norte balizador da verdade – ou o do ser autêntico –para se tomar decisões quer sobre a forma, quer sobre o conteúdo dos versos, quer ainda sobre a técnica a ser aplicada e a própria mensagem que se tenciona passar ao leitor, tantas vezes permeada pelo “sangue” de emoções e experiências de vida.

 

J.A.R. – H.C.

 

Francesco De Napoli

(n. 1954)

 

II Mestiere di Poeta

 

Eleganti versi in rima

o ritmati veloci e potenti

sonetti canti sciolti oppure

stanze esaltare con forza

un fatto un’awentura un’illusione,

col proposito di testimoniare,

con freddezza, con ironia.

Manifestar l’eterna perseguitata

solitudine nostra per comporre

versi di sangue.

Ecco: nessuna fuga.

Coraggio significa maturare

alle fonti di poesia e sapienza, ove

regna la divina semplicità d’Omero.

Ricercare ogni segreta possibilità

– non solo linguistica –

fare il calcolo delle probabilità.

Ma non basta. II problema

– dire la verity – certo non

stilistico, ma mio e di tutti

iinpone una scelta: Foscolo o Leopardi,

Borges o Neruda.

...E chi non lo sa?

 

A inspiração do poeta

(Nicolas Poussin: pintor francês)

 

O Ofício do Poeta

 

Elegantes versos em rima

ou ritmos céleres e potentes

sonetos canções livres ou então

estrofes que exaltam vivamente

um fato uma aventura uma ilusão,

com o fito de dar o seu testemunho,

com frieza, com ironia.

Manifestar a nossa eterna

e perseguida solidão para compor

versos de sangue.

Eis a pauta: nenhuma fuga.

Coragem significa amadurecer

nas fontes da poesia e da sabedoria, onde

reina a divina simplicidade de Homero.

Rastrear todas as possiblidades secretas

– não apenas linguísticas –

fazer o cálculo das probabilidades.

Mas isso não basta. O problema

– dizer a verdade – decerto de ordem não

estilística, embora meu e de todos,

impõe uma escolha: Foscolo ou Leopardi,

Borges ou Neruda.

...E quem não o sabe?

 

Referência:

 

DE NAPOLI, Francesco. II mestiere di poeta. In: PEREIRA, Teresinka (Ed.). International poetry & art. 9th ed. Toledo, OH: International Writers and Artists Association, 1997. p. 30.

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