O poeta reflete sobre
a sua vocação e ofício, num exame acerca da essência do ato criativo, por meio
do qual empreende sua incansável busca pela verdade: De Napoli vê na solidão
uma condição inerente ao labor poético, um árduo caminho que se percorre
desacompanhado e que requer coragem e maturidade daquele que se dedica aos
versos.
Redigir poemas,
segundo lhe parece, envolve escolhas fundamentais entre disjuntivas que
representam distintos caminhos e estilos poéticos, adotando-se – como se disse –
o norte balizador da verdade – ou o do ser autêntico –para se tomar decisões
quer sobre a forma, quer sobre o conteúdo dos versos, quer ainda sobre a
técnica a ser aplicada e a própria mensagem que se tenciona passar ao leitor, tantas
vezes permeada pelo “sangue” de emoções e experiências de vida.
J.A.R. – H.C.
Francesco De Napoli
(n. 1954)
II Mestiere di Poeta
Eleganti versi in
rima
o ritmati veloci e
potenti
sonetti canti sciolti
oppure
stanze esaltare con
forza
un fatto un’awentura
un’illusione,
col proposito di
testimoniare,
con freddezza, con
ironia.
Manifestar l’eterna
perseguitata
solitudine nostra per
comporre
versi di sangue.
Ecco: nessuna fuga.
Coraggio significa
maturare
alle fonti di poesia
e sapienza, ove
regna la divina semplicità
d’Omero.
Ricercare ogni
segreta possibilità
– non solo
linguistica –
fare il calcolo delle
probabilità.
Ma non basta. II
problema
– dire la verity –
certo non
stilistico, ma mio e
di tutti
iinpone una scelta:
Foscolo o Leopardi,
Borges o Neruda.
...E chi non lo sa?
A inspiração do poeta
(Nicolas Poussin:
pintor francês)
O Ofício do Poeta
Elegantes versos em
rima
ou ritmos céleres e
potentes
sonetos canções
livres ou então
estrofes que exaltam vivamente
um fato uma aventura
uma ilusão,
com o fito de dar o
seu testemunho,
com frieza, com
ironia.
Manifestar a nossa
eterna
e perseguida solidão
para compor
versos de sangue.
Eis a pauta: nenhuma
fuga.
Coragem significa
amadurecer
nas fontes da poesia
e da sabedoria, onde
reina a divina simplicidade
de Homero.
Rastrear todas as possiblidades
secretas
– não apenas
linguísticas –
fazer o cálculo das
probabilidades.
Mas isso não basta. O
problema
– dizer a verdade – decerto
de ordem não
estilística, embora
meu e de todos,
impõe uma escolha:
Foscolo ou Leopardi,
Borges ou Neruda.
...E quem não o sabe?
Referência:
DE NAPOLI, Francesco. II mestiere di poeta. In: PEREIRA, Teresinka (Ed.). International poetry & art. 9th ed. Toledo, OH: International Writers and Artists Association, 1997. p. 30.
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