Num bosquejo
comparativo entre elementos micro e macro deste vasto universo físico, o poeta
nos convida a contemplar a essência mesma da luz, apresentando-nos uma visão poética
sobre arranjos subatômicos a envolver partículas bem conhecidas no âmbito científico,
a saber, fótons, elétrons, átomos e moléculas.
Fótons com qualidades
etéreas e dinâmicas, elétrons em enigmáticas rotas giratórias, moléculas como
nebulosas de átomos, corpos físicos como galáxias de moléculas. E a refulgir
sobre tudo, a luz com o seu comportamento dual, ora como onda – quando se
propaga pelo espaço –, ora como partícula – quando incide sobre uma superfície
qualquer.
Não nos olvidemos que,
mesmo em termos literários, a luz não se especifica com precisão no amplo espaço
fronteiriço entre o equivalente de um símbolo ou de uma metáfora, como se fora,
v.g., um atributo divino, etéreo, ou ainda a representação da própria dualidade
entre corpo e espírito, o escuro e o claro que existem no mesmo ser.
J.A.R. – H.C.
Desiderio Macías Silva
(1922-1995)
Un fotón es el mínimo
de luz
que puede tener alas.
Un electrón, dos
vórtices de alas
que cabrillean en un
nudo.
Sistema planetario
de gavillas de luz
en torno a un
incendio, tal el átomo.
– Las moléculas son
nebulosas de átomos
y los cuerpos
galaxias de moléculas.
Luz, ¿qué más?… En la
orgía de colores
de nuestra arboladura
la luz toma
conciencia de sí misma.
Fótons
(José Unda: artista
equatoriano)
Um fóton é o mínimo
de luz
Um fóton é o mínimo
de luz
que pode ter asas.
Um elétron, dois
vórtices de asas
que oscilam ao redor
de um nó.
Sistema planetário
de feixes de luz
à volta de um fogacho,
tal é o átomo.
– As moléculas são
nebulosas de átomos
e os corpos, galáxias
de moléculas.
Luz, algo mais a
dizer?... Na orgia de cores
de nosso vergame,
a luz toma consciência
de si mesma.
Referência:
MACÍAS SILVA,
Desiderio. Un fóton es el mínimo de luz. In: __________. Poesía reunida.
Recopilación de textos por Leticia López Martínez. 1. ed. (versión electrónica).
Aguascalientes, MX: Universidade Autónoma de Aguascalientes, 2015. p. 26.
❁


Nenhum comentário:
Postar um comentário