O sujeito lírico
compara o mundo a uma pipa solta voando fora de controle, desenfreadamente, e
expressa a frustração de não poder aproveitar plenamente o momento presente: a frescura
da juventude, o brilho da primavera e o êxtase de cada instante desvanecem-se
num piscar d’olhos ante o contemporâneo modo acelerado de ser viver.
Há uma sensação de
vertigem e de angústia diante dessa pressa, dessa impossibilidade de se deter
os momentos fugazes de beleza para desfrutá-los, imortalizando-os na memória: o
falante suplica a uma força superior para que intervenha e controle a passagem
do tempo, para que possa deduzir algum sentido mais estável no curso desta sua
aventura espiritual.
J.A.R. – H.C.
Józef Baran
(n. 1947)
Piosenka o czasie
Świat się zerwał jak latawiec z uwięzi
i przed siebie jak
szalony gdzieś pędzi
Powiedz życie gdzie się śpieszysz
że nam chwilą nie pozwalasz się nacieszyć
Powiedz świecie gdzie tak mkniesz
i co czynić by
spowolnić planet pęd
Boże wstrzymaj na chwilę czas
co poszóstną karetą gna jakby los wypuścił lejce z rąk
z tego pędu cierpnie skóra
Panie wstrzymaj na
chwilę czas i zachowaj
młodości smak
wiosny blask
i pozwól w zachwycie
trwać
Może w górze ktoś przyśpieszył zegary
poprzestawiał
wskazówki i miary
Powiedz życie gdzie się śpieszysz
że nam chwilą nie pozwalasz się nacieszyć
Powiedz świecie gdzie tak mkniesz
Że powstrzymać cię nie mogą łzy ani śmiech
Boże wstrzymaj na chwilę czas
co poszóstną karetą gna jakby los wypuścił lejce z rąk
z tego pędu cierpnie skóra
Panie wstrzymaj na
chwilę czas i zachowaj
młodości smak
wiosny blask
i pozwól w zachwycie
trwać
Puro Êxtase
(María del Mar G. César:
pintora espanhola)
Canção sobre o tempo
O mundo soltou-se que
nem o papagaio
e foge Deus sabe onde
vida, vida, por que tanta
pressa
atropela os instantes
de alegria
diga ó mundo para onde
você vai
como os planetas
podem desacelerar
Parai o tempo um pouco,
ó Senhor,
ele numa carruagem
sem destino sem rédeas corre
com a velocidade de
arrepiar
parai o tempo um pouco
e nos dai
sentir o gosto da juventude
a luz da primavera
e que a vida em
êxtase continue
Alguém deve ter
apressado os relógios lá em cima
trocado os ponteiros e
as medidas
vida, vida por que tanta
pressa
atropela os instantes
de alegria
diga ó mundo para onde
você vai
que nem o riso nem as
lágrimas te podem parar
Parai o tempo um pouco,
ó Senhor,
ele numa carruagem
sem destino sem rédeas corre
com a velocidade de
arrepiar
parai o tempo um pouco
e nos dai
sentir o gosto da juventude
a luz da primavera
e que a vida em
êxtase continue
Referência:
BARAN, Józef. Piosenka o czasie / Canção sobre o tempo. Tradução de Henryk Siewierski. Poesia sempre. Fundação Biblioteca Nacional, Rio de janeiro (RJ), ano 17, n. 35, 2010. Em polonês: p. 90; em português: p. 91.
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