O poeta sufi nos
convida a explorar a transformação interna que o verdadeiro amor é capaz de nos
trazer, deixando para trás a antiga forma de ser e de pensar, “morrendo”
metaforicamente no curso dessa mudança e evolução pessoal, para que, em síntese,
possamos abandonar as limitações autoimpostas e sair de nossas zonas de
conforto, abraçando o desconhecido.
Converter-se no céu é
um projeto a implicar a morte simbólica do ego, uma serena expansão da
consciência, afastando todas as preocupações e distrações mundanas, com o objetivo
de nos liberar das barreiras que nos impedem de ser autênticos – medos,
preconceitos, expectativas sociais ou que tais – e experimentarmos a plenitude
da vida, num exercício inefável que transcende toda linguagem.
J.A.R. – H.C.
Jalaluddin Rumi
(1207-1273)
Quietness
Inside this new love,
die.
Your way begins on
the other side.
Become the sky.
Take an axe to the
prison wall.
Escape.
Walk out like someone
suddenly born into color.
Do it now.
You’re covered with
thick cloud.
Slide out the side.
Die,
and be quiet,
Quietness is the surest sign
that youVe died.
Your old life was a
frantic running
from silence.
The speechless full
moon
comes out now.
Quietude
(Jay Massey: pintor
norte-americano)
Quietude
Dentro deste novo
amor, morra.
Seu caminho inicia-se
do outro lado.
Converta-se no céu.
Golpeie com uma acha
os muros da prisão.
Escape.
Saia como alguém que,
de repente, nasceu
para imergir na cor.
Faça-o agora.
Você está coberto por
uma nuvem espessa.
Deslize para fora.
Morra
e mantenha-se quieto,
a quietude é o sinal
mais seguro
de que você morreu.
Sua antiga vida era
uma fuga frenética
do silêncio.
A silente lua cheia
há de aparecer agora.
Referência:
RUMI, Jalaluddin.
Quietness. In: __________. The essential Rumi. Translations from persian
by Coleman Barks with John Moyne, A. J. Arberry and Reynold Nicholson. Edison,
NJ: Castle Books, 1997. p. 22.
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