Nós, criadores e rebentos
das palavras, empregamo-las para compreender e moldar nossa realidade,
explorando temas como – a exemplo dos suscitados por Stevens nestes versos –
sexualidade, morte, sonhos, temores e insucessos: o poeta aqui aborda distintivos
elementos simbólicos para ilustrar o quão complexa é a vida vis-à-vis a forma como
a expressamos verbalmente.
Com efeito, o papel
da linguagem na construção de identidades e de sentidos está intimamente
associado aos empreendimentos humanos, entre eles, o da criação poética, tantas
vezes em conexão com nossas aspirações e desilusões, incertezas e ambiguidades:
somos a “raça” dos poetas, seres que exploram, interpretam e expressam – com
muita imaginação – as idiossincrasias do humano destino!
J.A.R. – H.C.
Wallace Stevens
(1879-1955)
Men made out of words
What should we be without
the sexual myth,
The human revery or
poem of death?
Castratos of
moon-mash – Life consists
Of propositions about
life. The human
Revery is a solitude
in which
We compose these
propositions, tom by dreams,
By the terrible
incantations of defeats
And by the fear that
defeats and dreams are one.
The whole race is a
poet that writes down
The eccentric
propositions of its fate.
In: “Parts of a
World” (1942)
Três homens
conversando
(Archibald Willard: pintor
norte-americano)
Homens feitos de
palavras
O que seria de nós
sem o mito sexual,
O humano devaneio ou
o poema da morte?
Castratos de uma
mixórdia lunar – A vida consiste
Em proposições sobre
a vida. O humano
Devaneio é uma
solidão na qual compomos
Tais proposições,
devassadas pelos sonhos,
Pelos terríveis
sortilégios das derrotas
e pelo medo de que
derrotas e sonhos sejam um só.
A raça inteira é um
poeta que registra
As excêntricas
proposições de seu destino.
Em: “Partes de um
Mundo” (1942)
Referência:
STEVENS, Wallace. Men
made out of words. In: __________. The collected poems. 11. ed. New
York, NY: Alfred A. Knopf. Inc., feb. 1971. p. 355-356.
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