Primeiramente, uma
explicação: a epígrafe desta postagem acha-se grafada entre aspas, em razão de
que se trata de sentença literal redigida por Renée Weber (1929-2017) (WEBER, [1990],
p. 247), professora alemã de filosofia e teosofia, a adjetivar as palavras de
Einstein, físico teórico, abaixo transcritas.
Percebe-se, com efeito, certo
lampejo místico nestes ‘insights’ de Einstein, plenos de reverência em relação
àquilo que, na realidade, ainda não se compreende, não se esclarece e nem se
especifica, mas que se intui em seu mistério, mesmo em sua beleza, a preceder, momentaneamente,
as epifânicas conquistas de desvelamento, de descoberta das “leis” do universo.
J.A.R. – H.C.
Albert Einstein
(1879-1955)
The most beautiful
emotion we can experience is the mystical. It is the power of all true art and
science. He to whom this emotion is a stranger is as good as dead. To know that
what is impenetrable to us really exists, manifesting itself as the highest
wisdom and the most radiant beauty, which our dull faculties can comprehend
only in their most primitive forms this knowledge, this feeling, is at the center
[of] true religiousness. In this sense, and in this sense only, I belong to the
ranks of devoutly religious men...
A human being is part
of the whole... He experiences himself, his thoughts and feelings as something
separated from the rest – a kind of optical delusion of his consciousness. This
delusion is a kind of prison for us, restricting us to our personal desires and
to affection for a few persons nearest us. Our task must be to free ourselves from
this prison by widening our circle of compassion to embrace all living
creatures, and the whole [of] nature in its beauty. Nobody is able to achieve
this completely, but the striving for such achievement is, in itself, a part of
the liberation and a foundation for inner security. (EINSTEIN apud WEBER, 1986,
p. 203)(*)
Jornada ao espaço
sideral
(Tithi Luadthong: artista
tailandês)
A mais bela emoção de
que somos capazes é a mística. Ela é a força de toda arte e ciência
verdadeiras. Aquele que não a experimenta está praticamente morto. Saber que o
que é impenetrável para nós de fato existe, manifestando-se como a sabedoria
maior e mais preclara formosura, que nossas toscas faculdades só podem captar
em sua forma mais primitiva – esse conhecimento, esse sentimento está no centro
da verdadeira religiosidade. Nesse sentido, e apenas nele, pertenço ao grupo
dos homens devotamente religiosos...
Um ser humano é parte
do todo... Ele experimenta a si mesmo, a seus pensamentos e a seus sentimentos
como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica de sua
consciência. Tal ilusão constitui uma prisão para nós, restringindo-nos a
nossos desejos pessoais e à afeição por umas poucas pessoas que nos cercam.
Nossa tarefa deve consistir em quebrar essas cadeias, ampliando nosso círculo
de compaixão para abarcar todas as criaturas vivas e a totalidade da natureza
em sua beleza. Ninguém é capaz de fazer isso plenamente, mas o esforço já é, em
si, parte da libertação e uma base para a segurança interior. (EINSTEIN apud
WEBER, [1990], p. 247-248)
Nota:
(*). Trata-se, de
fato, de transcrição com interpolações de pensamentos de Albert Einstein, insertos,
dentre outras, na seguinte obra (EINSTEIN, 1960, p. 11 e ss.):
EINSTEIN, Albert. Ideas
and opinions. Based on ‘Mein Weltbild’. Edited by Carl Seelig and other
sources. New translations and revisions by Sonja Bargmann. 5th print. New York,
NY: Groıon Publisher, feb. 1960.
Referências:
Em Inglês
WEBER, Renée. Dialogues
with scientists and sages: the search for unity. 1st publ. London and New
York: Routledge & Kegan Paul, 1986.
Em Português
WEBER, Renée. Diálogos
com cientistas e sábios: a busca da unidade. Tradução de Gilson Cesar
Cardoso de Sousa. 1. ed. São Paulo, SP: Cultrix, [1990].
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