Charlotte nos incentiva a enfrentarmos a vida com uma atitude positiva, gratos e perseverantes,
para, dessa maneira, superarmos os fardos que quotidianamente nos são impostos:
afinal, em cada trânsito de tormenta há sinais proveitosos que, se bem
avaliados, nos permitem descerrar as sendas para novos êxitos e conquistas.
Se a esperança é uma “equilibrista”, como dizem Aldir Blanc e João Bosco, sabendo que o espetáculo da vida “tem que
continuar”, deve-se muito ao fato de que ela é dotada de “molas propulsoras” que
lhe permitem retomar, com presteza, o altivo posto anterior, a cada episódio em
que sofre um baque – nada mais que incidentais “pedras no meio do caminho”, sem
o poder para nos desencorajar dos objetivos maiores a que nos propomos.
J.A.R. – H.C.
Charlotte Brontë
(1816-1855)
Retratada por J. H.
Thompson
Life
Life, believe, is not
a dream
So dark as sages say;
Oft a little morning
rain
Foretells a pleasant
day.
Sometimes there are
clouds of gloom,
But these are
transient all;
If the shower will
make the roses bloom,
O why lament its
fall?
Rapidly, merrily,
Life’s sunny hours
flit by,
Gratefully, cheerily
Enjoy them as they
fly!
What though Death at
times steps in,
And calls our Best
away?
What though sorrow
seems to win,
O’er hope, a heavy
sway?
Yet Hope again
elastic springs,
Unconquered, though
she fell;
Still buoyant are her
golden wings,
Still strong to bear
us well.
Manfully, fearlessly,
The day of trial bear,
For gloriously,
victoriously,
Can courage quell
despair!
O poeta e sua musa
(Giorgio de Chirico:
pintor italiano)
Vida
A vida, acredite, não
é um sonho
Tão sombrio como
dizem os sábios;
Amiúde, um pouco de
chuva matinal
Pressagia um dia agradável.
Por vezes há nuvens
de tristeza,
Mas são todas
passageiras.
Se a chuva faz
florescer as rosas,
Oh, por que lamentar
a sua queda?
Alegremente, em
marcha rápida,
Passam as horas solares
da vida;
Com gratidão,
vivazmente,
Desfrute-as enquanto se
esvaem!
E se, às vezes, a
morte entra em cena
E leva consigo os
melhores dentre nós?
E se o desalento parece
sujeitar
A esperança com um
pesado fardo?
Logo a esperança volta
a saltar elástica,
Insuperada, mesmo que
haja caído;
Ainda flutuam suas
asas douradas,
Fortes o bastante para
bem nos sustentar.
Corajosa e
destemidamente,
Suporte o dia da
provação,
Pois que em triunfo e
glória
Pode a coragem se
impor ao desespero!
Referência:
BRONTË, Charlotte.
Life. In: Charlotte, Emily and Anne Brontë: poems. Moscou, RU: T8Rugram;
Original, 2018. p. 62.
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