Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Joyce Kilmer - Árvores

Um poema tão belo quanto uma árvore, o autor pondera jamais conceber. Afinal, tantas são as graças de que este mundo é pleno: em meio ao verão, os galhos e folhas das árvores se tornam mais frementes; durante o inverno, as suas funções orgânicas entram em hibernação. Tudo de acordo com o “plano” definido pelo Criador às estações do ano. 

Mas tenho aqui uma inflexão: o que se haveria de dizer acerca do comportamento do governo federal de Pindorama, no que tange à preservação da flora da Amazônia e do Centro-Oeste?! 

A todos os que desejam lançar mão dos contratempos provocados pela Covid-19 para fazer “passar uma boiada” no Congresso Nacional, vale dizer, arrasar quaisquer regulamentos de preservação ambiental – como o Sr. Ministro do Meio Ambiente (sic) −, somente se há de desejar que sejam defenestrados inapelavelmente do poder! 

J.A.R. – H.C.


Alfred Joyce Kilmer

(1886-1918)

Trees

I think that I shall never see
A poem Iovely as a tree,

A tree whose hungry mouth is prest
Against the earth’s sweet flowing breast;

A tree that looks at God ali day
And lifts her leafy arms to pray;

A tree that may in summer wear
A nest of robins in her hair;

Upon whose bosom snow has laín;
Who intimately lives with rain.

Poems are made by fools like me,
But only God can make a tree.


Quatro Árvores
(Egon Schiele: pintor austríaco)

Árvores

Sei que nunca verei um poema mais belo e ardente,
Do que uma árvore; uma árvore que encerra
Uma boca faminta, aberta eternamente
Ao hálito sutil e flutuante da terra.
Voltada para Deus todo o dia, ela esquece
Os braços a pender de folhas, numa prece.
Uma árvore, que ao vir do estio morno, esconde
Um ninho de sabiás nos cabelos da fronde.
A neve põe sobre ela o seu níveo diadema
E a chuva vive na mais doce intimidade
Do tronco, a se embalar nos galhos seus;
Qualquer néscio como eu sabe fazer um poema.
Mas quem pode fazer uma árvore? − Só Deus.


Referência:
 

KILMER, Joyce. Trees / Árvores. Tradução de Olegário Mariano. In: MARQUES, Oswaldino (Organização e Prólogo). O livro de ouro da poesia dos Estados Unidos: coletânea dos poemas norte-americanos. Edição bilíngue. Rio de Janeiro, RJ: Ediouro & Tecnoprint, 1987. Em inglês: p. 154; em português: p. 155. (Coleção ‘Universidade de Bolso’)

 

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