A utopia de um futuro melhor e
promissor permeia os versos do poeta armênio, infenso aos “céus nublados de
guerras fumegantes”, referência, provavelmente, às duas grandes guerras
mundiais pelas quais passou: espera ele que, num futuro – remoto, decerto −, possamos
habitar outros astros que não a Terra, como a Lua ou mesmo Marte, passando de
um a outro por meio de voos diários.
Um ideal quase quimérico, não?! Mas na
mente do poeta tudo se mostra factível – ele é um sonhador! −, considerando que
o importante é “acertar os rumos do porvir”, pois os erros de hoje devem ficar
no passado, como marco inglório a não ser repetido pelas gerações futuras: as
lições da História servem-nos como guia dos dias a trilhar do modo mais
venturoso possível.
J.A.R. – H.C.
Sarmen
Pseudônimo de Armenak
Sarkisyan
(1901-1984)
Aos poetas do futuro
Nos seus dias, vocês
não hão de ver
céus nublados de
guerras fumegantes,
nem verão o mortífero
veneno
das vinganças
peçonhentas.
O mundo, nos seus
dias,
se tornará um lar,
risonho;
trará cartas de amor
o correio da Lua,
quem quiser poderá
viajar para Marte.
Vocês terão voos
diários
de um planeta para o
outro;
o que hoje para nós é
mero sonho,
será para vocês
realidade amanhã.
Árduas foram nossas
caminhadas;
nós outros, no
alto-mar tempestuoso,
lutamos,
estrenuamente,
para acertar os rumos
do porvir.
Cantores de minha
pátria!
vates dos tempos que
hão de vir!
eu estarei feliz
entre vocês,
se meu canto, em seus
dias, reviver!
Um futuro promissor
(Anna L. Yoder:
artista norte-americana)
Referência:
SARMEN. Aos poetas do futuro. Provável
tradução de Yessai Kerouzian. In: KEROUZIAN, Yessai Ohannes (Organizador e
provável tradutor). A nova poesia
armênia. [São Paulo (SP)?]: [s.ed.]; [1982?]. p. 134. (Série ‘Armênia’; nº
8).
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