Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Ogden Nash - O Purista

Nem mesmo à vista de que a sua noiva havia sido comida por um “crocodilo”, o cientista purista, com um sorriso no rosto, deixou de retificar o seu guia quando este o informou, equivocadamente, de que a amada havia se transformado em suculento alimento para um “jacaré”.

O lado jocoso do poema levou-me a associá-lo, ainda que meio ao largo, àquelas pessoas que, sendo contrariadas em seus argumentos, recorrem à preciosidade ou à exatidão das terminologias (sem demérito, contudo, ao uso parcimonioso delas), para sustentar um ponto de vista infenso ao de seus interlocutores.

J.A.R. – H.C.

Ogden Nash
(1902-1971)

The Purist

I give you now Professor Twist,
A conscientious scientist,
Trustees exclaimed, “He never bungles!”
And sent him off to distant jungles.
Camped on a tropic riverside,
One day he missed his loving bride.
She had, the guide informed him later,
Been eaten by an alligator.
Professor Twist could not but smile.
“You mean,” he said, “a crocodile.”

Espantosa
(William B. Montgomery: pintor norte-americano)

O Purista

Confio-lhes agora o Professor Twist,
Um consciencioso cientista,
Pelo que exclamaram os mandatários:
“Ele nunca se equivoca!”
E o enviaram a selvas distantes.
Acampado em uma ribeira tropical,
Um dia ele sentiu falta de sua amada noiva.
Ela, informou-lhe o guia mais tarde,
Havia sido comida por um jacaré.
O Professor Twist não pôde evitar o sorriso.
“Queres dizer”, afirmou, “um crocodilo.”

Referência:

NASH, Ogden. The purist. In: MOLLOY, Paul (Ed.). 100 plus american poems. 6th printing. New York, NY: Scholastic Book Services, 1973. p. 156.

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