Do poeta autor do poema de hoje pouco há na grande rede, senão apenas a
informação de que nasceu na Inglaterra, em 1898, e que, depois, radicou-se no
Canadá. Quanto ao poema, deduz hipóteses que seriam capazes de se extrair do
bailado de uma graciosa dançarina, a saber, associações aos estágios criadores
da natureza, materialização da ordem verbal do artesão divino.
Mas a morte seria mesmo o estágio de transposição a um “mais nobre
alento”, um sopro em outras narinas que já não estariam expostas às
contingências e misérias deste mundo? Só mesmo entrando nesse bailado, para
poder dele extrair todas as inferências capazes de suscitar tantos estados de
encantamento e fabulações!
J.A.R. – H.C.
Vestíbulo de Dança da Ópera
na Rua Le Peletier
(Edgar Degas: pintor
francês)
The Ballet Dancer
She danced as though
she saw the earth’s creation
And heard the Word
that sent a wild unrest
Over the sea – a
strange and hot elation
Through clay and
rock, toward the tree and nest.
She danced as though
she watched the world responding,
Inevitably, as
blossoms one by one,
Answer the fruitful,
anxious earth’s commanding,
And leave new beauty
for the summer sun.
She danced as though
she saw a great procession
Of splendid hopes and
great despairs of men,
Which in her rhythms
took a new expression,–
Of truth’s bright
treasures a sweet specimen.
She danced as though
she knew at heart that death
Meant but creation of
a nobler breath...
O Estúdio de Dança
(Edgar Degas: pintor
francês)
A Bailarina
Ela bailou como se presenciasse
a criação da terra
E ouvisse a Palavra
que projetou uma selvagem agitação
Sobre o mar – uma
euforia estranha e ardente
Por entre o barro e a
rocha, a caminho da árvore e do ninhal.
Bailou como se
assistisse ao mundo responder,
Inevitavelmente, como
as flores uma a uma,
Respondem à ansiosa e
frutífera ordem da terra,
Despertando uma
beleza nova ao sol de verão.
Bailou como se visse
uma grande procissão
De esplêndidas
esperanças e grandes desesperos humanos,
A assumirem em seus
ritmos uma nova expressão,–
Uma doce espécie dos
tesouros brilhantes da verdade.
Bailou como se, de
coração, soubesse que a morte
Denotava tão apenas a
criação de um mais nobre alento...
Referência:
COX, Leonard. The ballet dancer. In:
__________. North star. Toronto, CA:
Macmillan Company of Canada Ltd., 1941. p. 46.
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