Uma lição de desapego, de fé inabalável sobre o que simplesmente se nos
apresenta no dia a dia, sem buscas irrazoáveis sobre algo que nos faça ser
diferentes do que somos: os preceitos de Fehrenbacher buscam permitir que “o
rio disso tudo” flua, pulse, palpite através de cada um de nós.
Eis aqui uma poesia “medicinal”, para um mundo que precisa de “cura”:
fala-se, indiretamente, sobre o poder da meditação para que nos tornemos mais
calmos e capazes de nos concentrar em uma coisa de cada vez, sem apreensões por
algo que, eventualmente, deixe de ser feito. Afinal, não somos como um Deus,
senão humanos em nossas limitações. Aproveitemos o dia: “Carpe diem”!
J.A.R. – H.C.
Julia Fehrenbacher
(a recitar o próprio
poema)
The Cure For It All
Go gently today, don’t
hurry
or think about the
next thing. Walk
with the quiet trees,
can you believe
how brave they are – how
kind? Model your life
after theirs. Blow
kisses
at yourself in the
mirror
especially when
you think you’ve
messed up. Forgive
yourself for not
meeting your unreasonable
expectations. You are
human, not
God – don’t be so
arrogant.
Praise fresh air
clean water, good
dogs. Spin
something from joy.
Open
a window, even if
it’s cold outside.
Sit. Close
your eyes. Breathe.
Allow
the river
of it all to pulse
through eyelashes
fingertips, bare
toes. Breathe in
breathe out. Breathe
until
you feel
your bigness, until the
sun
rises in your veins.
Breathe
until you stop
needing
anything
to be different.
(Pablo Picasso:
pintor espanhol)
A Cura para Tudo Isso
Vá com calma hoje,
não se apresse
nem pense sobre a
próxima coisa a fazer.
Caminhe em companhia
das árvores tranquilas,
você seria capaz de
acreditar o quão intrépidas elas são
– o quão amáveis? Modele
a sua vida segundo a delas.
Mande beijos a si
mesmo diante do espelho,
especialmente quando
você pensar que se
equivocou. Perdoe-se
por não cumprir com
suas expectativas
exorbitantes. Você é
humano, não um
Deus – não seja tão
arrogante.
Seja grato ao ar
fresco,
à água limpa, aos
zelosos cães. Experimente
algo que lhe traga
alegria. Abra
uma janela, mesmo que
esteja frio lá fora.
Sente-se. Feche
os olhos. Respire.
Permita
que o rio
disso tudo pulse
através das pestanas,
pontas dos dedos, os desnudos
dedos dos pés. Inspire,
expire. Respire até
sentir
a sua grandeza, até
que o sol
ascenda por suas veias.
Respire
até que deixe de
necessitar
de algo
para ser diferente.
Referência:
FEHRENBACHER, Julia. The cure for it
all. In: COLE-DAI, Phyllis; WILSON, Ruby R. (Eds.). Poetry of presence: an anthology of mindfulness poems. West
Hartford, CT: Grayson Books, 2017. p. 40.
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