Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quinta-feira, 14 de março de 2019

Henry Taylor - Música de Elevador

Todos estamos no mesmo elevador: eis a metáfora empregada pelo poeta para revelar que uns podem subir a andares mais elevados que outros para cumprir a sua missão aqui na terra, mas todos deveremos retornar ao ponto mais baixo do edifício, ao final da lida, porque a ninguém será dado superar a morte.

A música que se ouve no elevador, portanto, é a música do ciclo da vida e da morte, a pairar sobre a cabeça dos humanos, mas que, embora saibamos dos seus vaticínios, ignoramo-la, insistentes ou não sejam os seus onipresentes acordes no decurso transitório de nossas breves existências.

J.A.R. – H.C.

Henry Taylor
(n. 1942)

Elevator Music

A tune with no more substance than the air,
performed a underwater instruments,
is proper to this short lift from the earth.
It hovers as we draw into ourselves
and turn our reverent eyes toward the lights
that count us to our various destinies.
We’re all in this together, the song says,
and later we’ll descend. The melody
is like a name we don’t recall just now
that still keeps on insisting it is there.

Luta em um elevador 2
(Dana Schutz: artista norte-americana)

Música de Elevador

Uma melodia sem mais substância do que o ar,
executada por instrumentos submersos, revela-se
apropriada para esta modesta ascensão da terra.
Ela paira conforme nos acercamos de nós mesmos
e voltamos nossos reverentes olhos para as luzes
capazes de indicar o destino de cada um de nós.
Nisto estamos todos juntos, anuncia a música,
e mais tarde haveremos de descer. A melodia
é como um nome não lembrado prontamente,
mas que continua insistindo em sua presença.

Referência:

TAYLOR, Henry. Elevator music. In: KEILLOR, Garrison (Selector and Introducer). Good poems. New York, NY: Penguin Books, 2003. p. 62.

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