Todos estamos no mesmo elevador: eis a metáfora empregada pelo poeta
para revelar que uns podem subir a andares mais elevados que outros para
cumprir a sua missão aqui na terra, mas todos deveremos retornar ao ponto mais
baixo do edifício, ao final da lida, porque a ninguém será dado superar a
morte.
A música que se ouve no elevador, portanto, é a música do ciclo da vida
e da morte, a pairar sobre a cabeça dos humanos, mas que, embora saibamos dos
seus vaticínios, ignoramo-la, insistentes ou não sejam os seus onipresentes
acordes no decurso transitório de nossas breves existências.
J.A.R. – H.C.
Henry Taylor
(n. 1942)
Elevator Music
A tune with no more
substance than the air,
performed a underwater
instruments,
is proper to this
short lift from the earth.
It hovers as we draw
into ourselves
and turn our reverent
eyes toward the lights
that count us to our
various destinies.
We’re all in this
together, the song says,
and later we’ll
descend. The melody
is like a name we don’t
recall just now
that still keeps on
insisting it is there.
Luta em um elevador 2
(Dana Schutz: artista
norte-americana)
Música de Elevador
Uma melodia sem mais
substância do que o ar,
executada por
instrumentos submersos, revela-se
apropriada para esta modesta ascensão da terra.
Ela paira conforme nos acercamos de nós mesmos
e voltamos nossos reverentes
olhos para as luzes
capazes de indicar o destino de cada um de nós.
Nisto estamos todos
juntos, anuncia a música,
e mais tarde haveremos
de descer. A melodia
é como um nome não
lembrado prontamente,
mas que continua
insistindo em sua presença.
Referência:
TAYLOR, Henry. Elevator music. In:
KEILLOR, Garrison (Selector and Introducer). Good poems. New York, NY: Penguin Books, 2003. p. 62.
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