Viriato, jovem poeta carioca, parodia o
famoso poema de Manuel Bandeira, “Teresa”, que veio à
luz em “Libertinagem”, de 1930, que, por sua vez, já fazia gracejo ao poema “O ‘Adeus’ de Teresa”, de Castro Alves (“Espumas
Flutuantes”, 1870).
Se Teresa, de fato, trabalha como
ascensorista, é bom que se diga, labuta em uma profissão em extinção. E se
Viriato não a viu pela terceira vez, ou bem ela já havia se retirado do serviço
ou bem o andar em que o poeta se encontrava não era muito elevado e, então, resolveu
ele descer pela escada. Ou nada disso terá de fato ocorrido: tudo não passaria de uma pilhéria, o que é o mais provável! (rs)
J.A.R. – H.C.
Lucas Viriato
(n. 1984)
a ascensorista
a primeira vez que vi
teresa
foi hoje pela manhã
quando
desci de elevador
quando vi teresa de
novo
foi hoje pela tarde
quando
subi de elevador
da terceira vez não
vi mais nada
desci de escada
Operadora de Elevador
Ruiva
(Gilette Elvgren:
pintora norte-americana)
Referência:
VIRIATO, Lucas. a ascensorista. In:
CALCANHOTO, Adriana (Org.). É agora como nunca: antologia incompleta da poesia
contemporânea brasileira. 1. ed. São Paulo, SP: Companhia das Letras,
2017. p. 35.
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Gostei do post e da análise humorada, J.A.R.! Abraços, Lucas
ResponderExcluirCaro Lucas: Muito obrigado pelo comentário. E dê continuidade ao seu trabalho, com muito humor, também, para que possamos apreciá-lo em nosso quotidiano. Um abraço. João A. Rodrigues
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