Com a grafia e a pontuação tal como na
versão ao português lusitano, este poema de Li Bai possui um título que mais se
atém ao conteúdo do poema do que, propriamente, ao correspondente do original
em chinês – algo como “Antes de uma garrafa de vinho” –, além de que verteu-se
apenas a primeira das duas partes de que é composto, como se parece evidenciar por meio deste endereço na
internet.
Sob tal mister, o traslado para o
inglês, da pena do tradutor japonês e admirador da poesia chinesa Shigeyoshi
Obata, é mais aderente ao original, tal como o internauta pode ratificar à pág.
142 da obra “The Works of Li Po”, aqui disponível.
A par das considerações supra, vemos o
quanto Li Bai (ou Li Po) é um contumaz apreciador de vinho e como a sua poesia
tem por temas recorrentes a natureza em geral – suas estações e corpos celestes
–, e os estados d’alma que estão irremissivelmente associados à passagem do tempo.
J.A.R. – H.C.
(701 d.C. – 762 d.C.)
前有一樽酒行二首
春風東來忽相過,
金樽淥酒生微波。
落花紛紛稍覺多,
美人欲醉朱顏酡。
青軒桃李能幾何,
流光欺人忽蹉跎。
君起舞,日西夕。
當年意氣不肯平,
白發如絲歎何益。
(Eduard Von Grutzner:
pintor alemão)
Balada do Efémero
O vento da Primavera,
repentino, de leste,
o vinho claro
estremece em taças de ouro.
Uma chuva de pétalas,
dispersas ao acaso,
embriaga-se a
beldade, afogueado o rosto.
Flores de
pessegueiro, de ameixoeira, tão breves!
Esvaem-se os dias, o
homem mal se apercebe.
Levantais-vos para
dançar,
mas anoitece.
Vencidos pelo corroer
dos anos?
Inútil suspirar,
tantos cabelos brancos!
Referência:
BAI, Li. Balada do efémero. In: __________. Poemas de Li Bai. Tradução, prefácio e notas de
António Graça de Abreu. Macau (MO): Instituto Cultural de Macau, 1990. p. 285. (Coleção ‘Clássicos Chineses’; n. 1)
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