Poetisa inglesa de origem italiana, Rossetti, em tom sóbrio e sem valer-se
de metáforas ou alusões – afinal, percebe-se que apenas a anáforas recorre –, dirige-se
ao seu amado para que este reflita sobre um momento futuro, no qual ela já terá
partido.
Decerto, Rossetti ainda não apaziguou seu espírito ante a possibilidade
de que o seu amado venha a esquecê-la, mesmo que, ao final do poema, conflitante
e ironicamente, haja expressado o desejo de que ele seja feliz, navegando no
mais absoluto olvido – ora vejamos – em relação a ela...
J.A.R. – H.C.
Christina Rossetti
(1830-1894)
Remember
Remember me when I am gone away,
Gone far away into the silent land;
When you can no more hold me by the hand,
Nor I half turn to go yet turning stay.
Remember me when no more day by day
You tell me of our future that you planned:
Only remember me; you understand
It will be late to counsel then or pray.
Yet if you should forget me for a while
And afterwards remember, do not grieve:
For if the darkness and corruption leave
A vestige of the thoughts that once I had,
Better by far you should forget and smile
Than that you should remember and be sad.
Retorno
(Ruth Weisberg:
pintora norte-americana)
Remember
Recorda-te de mim
quando eu embora
For para o chão
silente e desolado;
Quando não te tiver
mais ao meu lado
E sombra vã chorar
por quem me chora.
Quando não mais
puderes, hora a hora,
Falar-me no futuro
que hás sonhado,
Ah de mim te recorda
e do passado,
Delícia do presente
por agora.
No entanto, se algum
dia me olvidares
E depois te lembrares
novamente,
Não chores: que se em
meio aos meus pesares
Um resto houver do
afeto que em mim viste,
– Melhor é me
esqueceres, mas contente,
Que me lembrares e
ficares triste.
Referências:
Em Inglês
ROSSETTI, Christina. In: __________. Selected poems of Christina Rossetti. Introduction and notes by
Katharine McGowran. London, EN: Wordsworth Editions Limited, 2001. p. 87. (“Wordsworth
Poetry Library”)
Em Português
ROSSETTI, Christina. Remember. Tradução de Manuel Bandeira. In: BANDEIRA,
Manuel. Poemas traduzidos. 3. ed. Rio
de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1956. p. 144. (Coleção “Rubáiyát”).
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