Esta passagem do Gîtâ revela as circunstâncias em que a divindade, Krishna
no caso, une-se no amor àquele que pratica a meditação e se dedica à sabedoria
e ao aprimoramento espiritual.
Notam-se diretrizes voltadas ao controle das paixões, ao desapego e ao
comedimento; à contenção das vaidades, do orgulho e do egoísmo. Algumas passagens,
por isso mesmo, bem se aproximam de ideais perseguidos pela filosofia estoica. Mas
estamos na Índia, não na Grécia... e só mesmo Alexandre Magno para cobrir toda
essa distância (rs).
J.A.R. – H.C.
Krishna é o ápice da perfeição
(Jadurani Devi Dasi:
artista norte-americana)
União pela Devoção
(Excerto)
(...)
13. Em verdade, te
digo, que amo aquele
que não odeia a
ninguém e a ninguém faz mal,
mas é amigo e amante
de toda a Natureza, e aquele
que é bondoso, livre
de vaidade, orgulho e egoísmo,
e conserva sempre a
equanimidade, sendo paciente
na desventura.
14. Amo aquele que é
sempre constante, afável
e piedoso, manso de
coração e de firme vontade,
e sujos pensamentos
em Mim se concentram.
15. Amo aquele que
não tem cuidados mundanos,
não teme o mundo e
não é tímido; quem
é livre de
turbulência, da cólera, impaciência e
medo, e não se
entrega à tristeza nem à alegria
excessiva.
16. Amo aquele que
não tem preconceitos,
é justo e puro,
imparcial, confidente, livre de toda
ânsia, e nunca se
desespera.
17. Amo aquele que
não se apaixona, nem
odeia, não se
entristece nem cobiça, e desapega-se
das ações tanto boas
como más (*).
18. Amo aquele que
igualmente considera o
amigo e o inimigo, os
honrados e os desprezados,
e com igual ânimo
suporta o calor e o frio, o
prazer e a dor, a
nada se apegando.
19. Amo aquele que
não murmura contra o
destino, não se
importa se o mundo o louva ou
censura, em todo
lugar está contente e, firme em
seu propósito, em
Espírito Me adora.
20. Porém, os mais amados
Meus são aqueles
que praticam, qual
indiquei, esta bendita e jamais
falível Yoga ou União, com fervor e amor
tal, que não vejam
nenhum outro ideal superior.
__________
(*) Porque tanto uma como outras,
feitas com apego,
incitam a alma, karmicamente, ao ciclo
das
reencarnações compulsórias, isto é, não
a libertam.
(Nota do Tradutor)
A ternura de Krishna
(Jadurani Devi Dasi:
artista norte-americana)
Referência:
União pela devoção (excerto). In: BHAGAVAD-GÎTÂ: a mensagem do mestre.
Tradução de Francisco Valdomiro Lorens. 22. ed. São Paulo, SP: Pensamento, 2000.
p. 129-130.
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