Em associação direta com a época natalina, este poema, do poeta inglês Walter
de la Mare, tem apenas a menção ao visco, embora, indiretamente, possa também
relacionar-se a algum folguedo da estação.
Sem citação específica a quem teria lhe beijado, em momento de fim de
festa, o poeta, já cansado, foi contemplado gratuitamente pelo afeto de alguém,
abreviando o seu aparente estado de carência.
J.A.R. – H.C.
Walter de la Mare
(1873-1956)
Mistletoe
Sitting under the mistletoe
(Pale-green, fairy mistletoe),
One last candle burning low,
All the sleepy dancers gone,
Just one candle burning on,
Shadows lurking everywhere:
Some one came, and kissed me there.
Tired I was; my head would go
Nodding under the mistletoe
(Pale-green, fairy mistletoe),
No footsteps came, no voice, but only,
Just as I sat there, sleepy, lonely,
Stooped in the still and shadowy air
Lips unseen – and kissed me there.
(1913)
Pendurando o Visco
(Dante Gabriel
Rossetti: artista inglês)
Visco
Sentado sob o visco
(Verde-pálido,
encantador visco),
Uma última vela a
arder fracamente,
Todos os sonolentos
dançarinos já ausentes,
Somente uma vela
acesa,
E as sombras à
espreita por toda parte:
Alguém veio, e ali me
beijou.
Fatigado estava; minha
cabeça como a sustentar-se
Pendente sob o visco
(Verde-pálido,
encantador visco),
Não surgiram passos,
nem voz, mas apenas,
Enquanto estava ali
sentado, sonolento, sozinho,
No calmo ar em
penumbra inclinaram-se
Lábios invisíveis – e
me beijaram.
Referência:
MARE, Walter de la. Mistletoe. In: __________. Down-Adown-Derry: a book of fairy poems by Walter de la Mare. The
world of dream. With illustrations by Dorothy P. Lathrop. South Carolina, US: Juniper
Grove, 2007. p. 191-192.
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