Bem: hoje é o primeiro dia do derradeiro mês de 2015. E por conta disso,
damos início a um rol de postagens dedicadas ao Natal e às festas de final
de ano.
E começamos com um poema do poeta baiano Ildásio Tavares, a emular,
indiscutivelmente, o famoso carme “Natal”,
de Fernando Pessoa. Aliás, tudo se lhe assemelha: as três quadras, a
intertextualidade explícita e o esquema de rimas. Em tempo, contudo, para que
vislumbremos as necessárias atualizações aos nossos dias de consumismo
exacerbado...
Desse modo, deciframos o título do próprio poema: FP são as iniciais de Fernando Pessoa; Natal é o poema-modelo a ser seguido; e 1988 o provável ano de sua elaboração, momento mesmo em que o poema de Pessoa foi “repaginado” (rs).
Desse modo, deciframos o título do próprio poema: FP são as iniciais de Fernando Pessoa; Natal é o poema-modelo a ser seguido; e 1988 o provável ano de sua elaboração, momento mesmo em que o poema de Pessoa foi “repaginado” (rs).
J.A.R. – H.C.
Ildásio Tavares
(1940-2010)
FB Brasil 88
Natal, nas ruas
calor.
Nos lares
despedaçados,
uma frieza sem cor
congela doces
passados.
Coração sai pelo
mundo.
Como ser só é
verdade!
Em mim mesmo me
redundo:
de nada serve a
saudade.
E como atrai e
fascina
o presente que não
sei,
visto detrás da
vitrina
da loja em que não
entrei.
Em: “Breviário” (1988-1995)
Referência:
TAVARES, Ildásio. FP Brasil 88. In: GARCÍA, Xosé Lois. Antologia da poesia brasileira /
Antología de la poesía brasileña. Edición bilingüe. Santiago de
Compostela, Galiza, U.E.: Laiovento, 2001. p. 308.
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