Hoje, 22/12, é o meu último dia de trabalho em 2015. Foi um ano bom, felizmente
pautado por mais alegrias que tristezas. Um ano de mudanças na rotina laboral,
com aprendizados importantes na área do serviço público.
Mas o serviço do bloguinho não tem data de descanso. Todo dia é dia para
novas postagens. Então vamos a mais uma: um poema natalino, com a grafia tal
como em seu original, de autoria do angolano Tomás Kim, nome abreviado de Joaquim
Fernandes Tomás Monteiro Grilo.
J.A.R. – H.C.
Joaquim Monteiro Grilo
(1915-1967)
Tempo de Natal
Eis aqui a estalagem:
Escassa a palha na
mangedoira
E morno o bafo dos
animais.
Brilhante a estrela,
Brilhante o brocado
Dos Reis.
Oh, o fulgor, até,
dos farrapos
Dos pastores!
Claro o silêncio:
Um murmúrio a prece
Na noite clara
De Graça plena.
Mas longe, longe...
tão perto,
Afinal,
Que uivo de mau
agoiro
A prometer o estupro
do sol
E a sombra da carne
viva
No chão
Gravada?
Tão negra a noite,
Agora,
Ó, Senhores do
Mundo!,
Tão nua de Graça,
Agora,
A noite – a noite e
os dias...
De: “Exercícios Temporais” (1967)
O Nascimento de Jesus
(Gerard van Honthorst: pintor holandês)
Referência:
KIM, Tomás. Tempo de Natal. In: MARÇAL,
Iguamir Antônio Teixeira (Coord.). Antologia
escolar. v. 2. Rio de Janeiro, RJ: Biblioteca do Exército Editora, 1996. p.
358-359. (Coleção Marechal Trompowski)
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