Este poema de Melville, dedicado a Nathaniel Hawthorne, data
aproximadamente de 1864, ano em que o autor de “Moby Dick” teve a oportunidade
de visitar o túmulo do escritor de “A Letra Escarlate”.
O seu título, “Monodia”, significa o canto a uma só voz ou, ainda, o lamento
pela morte de outra pessoa, precisamente o que expressa o
poema de Melville. Algo como uma elegia, jeremiada, música fúnebre ou réquiem...
J.A.R. – H.C.
Herman Melville
(1819-1891)
Monody
To have known him, to have loved him
After loneness long;
And then to be estranged in life,
And neither in the wrong;
And now for death to set his seal −
Ease me, a little ease, my song!
By wintry hills his hermit-mound
The sheeted snow-drifts drape,
And houseless there the snow-bird flits
Beneath the fir-tree’s crape:
Glazed now with ice the cloistral vine
That hid the shyest grape.
Vista do cemitério de Greenwood (Brooklyn)
(Rudolf Cronau:
jornalista e pintor alemão)
Monodia
Tê-lo conhecido,
tê-lo amado
Depois de tanta
solidão;
E então ser apartado em
vida,
E sequer no erro;
E agora pela morte fixar-lhe
sua estampa –
Alivia-me, um pouco
de alívio, canto meu!
Junto às colinas
invernais seu montículo eremita
Guarnece cândidos
bancos de neve,
E sem casa o
tentilhão das neves ali adeja
Sob os abetos
fúnebres:
Esmaltada agora de
gelo a vinha claustral
Que ocultava as mais
esquivas uvas.
Referência:
MELVILLE, Herman. Monody. In: RYAN, Robert et al. (Eds.). The Writings of Herman Melville. The
Northwestern-Newberry Edition. Vol. 11. Evanston, IL: Northwestern University
Press, 2009. p. 276.
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