Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

domingo, 25 de outubro de 2015

Herman Melville - Monodia

Este poema de Melville, dedicado a Nathaniel Hawthorne, data aproximadamente de 1864, ano em que o autor de “Moby Dick” teve a oportunidade de visitar o túmulo do escritor de “A Letra Escarlate”.

O seu título, “Monodia”, significa o canto a uma só voz ou, ainda, o lamento pela morte de outra pessoa, precisamente o que expressa o poema de Melville. Algo como uma elegia, jeremiada, música fúnebre ou réquiem...

J.A.R. – H.C.

Herman Melville
(1819-1891)

Monody

To have known him, to have loved him
After loneness long;
And then to be estranged in life,
And neither in the wrong;
And now for death to set his seal −
Ease me, a little ease, my song!

By wintry hills his hermit-mound
The sheeted snow-drifts drape,
And houseless there the snow-bird flits
Beneath the fir-tree’s crape:
Glazed now with ice the cloistral vine
That hid the shyest grape.

Vista do cemitério de Greenwood (Brooklyn)
(Rudolf Cronau: jornalista e pintor alemão)

Monodia

Tê-lo conhecido, tê-lo amado
Depois de tanta solidão;
E então ser apartado em vida,
E sequer no erro;
E agora pela morte fixar-lhe sua estampa –
Alivia-me, um pouco de alívio, canto meu!

Junto às colinas invernais seu montículo eremita
Guarnece cândidos bancos de neve,
E sem casa o tentilhão das neves ali adeja
Sob os abetos fúnebres:
Esmaltada agora de gelo a vinha claustral
Que ocultava as mais esquivas uvas.

Referência:

MELVILLE, Herman. Monody. In: RYAN, Robert et al. (Eds.). The Writings of Herman Melville. The Northwestern-Newberry Edition. Vol. 11. Evanston, IL: Northwestern University Press, 2009. p. 276.

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