Percebe-se pelo poema do poeta norte-americano Philip Freneau, abaixo
transcrito, o quanto as palavras do Eclesiastes reverberam na mente dos homens
dos quatro cantos da terra.
E como são belas as metáforas empregadas por Freneau para distinguir as
ações de um homem já experimentado na vida, de um outro que, passando da
adolescência, ainda não amadureceu o suficiente frente aos contratempos que ela
costuma engendrar!
J.A.R. – H.C.
Philip Freneau
(1752-1832)
The Vanity of
Existence
In youth, gay scenes attract our eyes,
And not suspecting their decay
Life’s flowery fields before us rise,
Regardless of its winter day.
But vain pursuits, and joys as vain,
Convince us life is but a dream.
Death is to wake, to rise again
To that true life you best esteem.
So nightly on some shallow tide,
Oft have I seen a splendid show;
Reflected stars on either side,
And glittering moons were seen below.
But when the tide had ebbed away,
The scene fantastic with it fled,
A bank of mud around me lay,
And sea-weed on the river’s bed.
Natureza-Morta: uma alegoria da
vaidade da vida humana
(Harmen Steenwyck:
pintor holandês)
A Vaidade da Existência
Na juventude, cenas
alegres atraem nossos olhos,
E sem que se suspeite
de seu declínio,
Floridos campos da
vida levantam-se diante de nós,
A despeito de seus
dias invernais.
Mas vãs buscas, e prazeres
igualmente vãos,
Convencem-nos de que
a vida é senão um sonho.
A morte é despertar,
elevar-se outra vez,
Para que se possa
melhor avaliar a verdadeira vida.
Assim, em todas as
noites com maré algo rasa,
Tenho visto amiúde um
esplêndido espetáculo;
Estrelas refletidas
em cada canto,
E brilhantes luas divisadas
mais embaixo.
Mas quando a maré aos
poucos reflui,
Com ela se desfaz a
fantástica cena,
Depositando um banco
de lodo à minha volta,
E algas marinhas no
leito do rio.
Referência:
FRENEAU, Philip. The vanity of
existence. In: NOSTRAND, Albert D. Van; WATTS II, Charles H. (Eds.). The conscious
voice: an anthology of american poetry from seventeenth
century to the present. New York, NY: The Liberal Arts Press, 1959. p. 20-21.
❁
Nenhum comentário:
Postar um comentário