Este poema, de fato, é um excerto extraído dos ensinamentos espirituais
do índio norte-americano Black Elk (“Alce negro”), pertencente à tribo Sioux, uma das tantas que sofreram as agruras da expansão exploradora do homem branco por ouro e
terras.
Nele se expressa o poder e a sacralidade das coisas circulares no mundo
natural – as órbitas do sol e da lua, assim como o ciclo das estações e o
próprio curso da vida humana –, apreensão da realidade que as nações indígenas,
de uma forma geral, buscam replicar em suas residências, ou melhor, em suas
ocas e tabas.
J.A.R. – H.C.
Black Elk
(1863-1950)
Everything the
power of the world does
Everything the power of the world does
is done in a circle.
The sky is round
and I have heard that the earth
is round like a ball,
and so are all the stars.
The wind in its greatest power, whirls.
Birds make their nests in circles,
for theirs is the same religion as ours.
The sun comes forth and
goes down again in a circle.
The moon does the same
and both are round.
Even the seasons form a great circle
in their changing
and always come back
to where they were.
The life of a man is a circle,
from childhood to childhood,
and so it is with everything
where power moves.
A Noite Estrelada
(Vincent van Gogh: pintor holandês)
Tudo de que é capaz o poder do mundo
Tudo de que é capaz o
poder do mundo,
realiza-se em
círculos.
O céu é arredondado
e tenho ouvido dizer
que a Terra
é redonda qual uma
bola,
bem assim todas as
estrelas.
O vento gira quando
em máxima potência.
Os ninhos dos pássaros
têm o formato de círculos,
porque a religião
deles é a mesma que a nossa.
O sol surge e
se põe novamente num
círculo.
O mesmo faz a lua
e ambos são redondos.
As estações,
igualmente, formam um grande círculo
em sua mudança
e sempre retornam ao
ponto
de onde vieram.
A vida de um homem é
um círculo,
da infância à
infância,
e assim é com tudo
o que tem o poder de
mover-se.
Referência:
ELK, Black. Everything the power of the world does, is done in a circle.
In: PINSKY, Robert; DIETZ, Maggie. (Coords.). American’s favorite poems: the favorite poem project anthology. New
York, NY: W. W. Norton, 2000. p. 23.
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