Ainda em complemento
às observações de ontem sobre o jogo Brasil
4 x 1 Camarões, faço um comentário mais detido em relação ao jogador Ramires: parece-me que o ex-cruzeirense
joga apenas com os pés, sem raciocínio a circular pela cabeça. Já próximo ao
final da partida em apreço, quando o placar estava 4 x 1, ele deu um tranco
inadjetivável, no setor esquerdo de ataque brasileiro, num defensor de
Camarões. Uma coisa absurda, pelos números do jogo e o avançado do cotejo.
Confesso que torci para que o juiz lhe desse um amarelo, para ele ficar de fora
do próximo embate do Brasil e para ver se tem a capacidade de aprender com a
história. Afinal, foi nesse mesmo padrão que, em 2010, ele tomou um segundo
amarelo contra o Chile, lá pelos 30 do segundo tempo, numa jogada pela direita,
um pouco além do meio de campo brasileiro, quando o placar exibia 3 x 0 – e,
por isso, não jogou a partida subsequente contra a Holanda, na qual a seleção
foi eliminada.
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Como se vê, trata-se de
um jogador perigoso para o treinador: na partida contra o México, todos os
observadores notaram que o jogador a substituir seria o Paulinho. Contudo, o
Felipão optou por trocá-lo, pois já havia pegado um amarelo e poderia ser
expulso. Conclusão: uma substituição não por motivos técnicos, mas por razão
bem diversa, que não corrigiu a ineficiência do meio de campo da seleção. O que
fazer então com o Ramires? Pelo que vejo, não há solução no domínio do futebol.
Afinal, tratar um jogador que, há muito, se mostra desnecessariamente agressivo
em campo – quem não se lembra da cotovelada dele no rosto do Verón, na primeira
partida das finais da Libertadores de 2009? –, não é tarefa de treinador de
futebol, mas de psicólogo!
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Com a derrota da Itália, por 1 x 0, para o Uruguay,
já são cinco as seleções europeias matematicamente eliminadas da Copa do Mundo
ainda na fase de grupos: Espanha, Inglaterra, Itália, Croácia e Bósnia-Herzegovina. E na “boquinha da garrafa” (rs) ainda estão
Portugal e Rússia, que podem elevar a sete esse contingente. Ou seja: sete de
treze (53,8%) seleções, se considerarmos a Rússia integralmente na Europa.
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Não obstante, depois
de haver presenciado todas as grandes seleções em campo, reputo a Holanda como a mais favorita das
favoritas para levar o título. Um futebol sólido e
envolvente. Vejamos se o México será
capaz de enfrentá-la de igual para igual: será, obviamente, uma partida dura
para ambos, pois a seleção mexicana já mostrou a que veio. Venderá
excessivamente caro qualquer derrota para quem quer que seja. Com um esquema
seguro que povoa excessivamente o meio de campo, muito provavelmente não se
lançará a esmo no ataque, oferecendo o contra-ataque à Holanda. Será, penso eu,
um jogo de poucos gols e a ser definido nos detalhes.
Ramires em Ação
J.A.R. – H.C.
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