Ontem, 19 de junho de 2014, foi um dia soberanamente amarelo em
Brasília. E não exatamente porque o Brasil jogou. Mas porque a Colômbia jogou e
venceu bem a seleção de futebol da Costa do Marfim por 2 x 1.
Estive no Estádio Nacional Mané Garrincha, e pude presenciar todo o
estímulo que os milhares de torcedores do país vizinho levaram à sua seleção,
inclusive no belo momento em que o hino foi tocado e emocionadamente cantado!
Havia tantos torcedores colombianos em Brasília – penso que até mais do
que equatorianos na semana anterior –, que o Correio Brasiliense estampou em
sua manchete: “A capital da Colômbia é aqui!”: nada de Bogotá! (rs). Vejam
abaixo:
Capa do Correio Brasiliense
(19/6/14)
E houve mais méritos na vitória porque o time da Costa do Marfim a
valorizou: em determinados momentos, em especial depois que marcou o seu gol, a
seleção africana chegou a ameaçar o êxito da Colômbia. Mas julgo que o resultado
final não pode ser considerado injusto.
E para homenagear a grande torcida colombiana, deixo aqui um poema de
seu conterrâneo poeta Francisco Antonio Balcázar: “Minha Bandeira”.
Um abraço fraternal aos coirmãos latino-americanos.
J.A.R. – H.C.
Mi Bandera
(Francisco Antonio
Balcázar)
No alcanza el hombre,
ni consigue el arte,
ni nobles cantos a mi
ardor esquivos,
a proclamar en
dísticos altivos
la gloria tricolor de
mi estandarte.
Él es alma, es
emblema y baluarte;
reinó siempre entre
libres y cautivos,
así en la paz de
tiempos fugitivos
como en el campo
asolador de Marte.
Con él quisiera
conquistar la altura
mientras corra la
sangre en la llanura;
y aunque la muerte mi
fazaña aguarde,
clavarlo arriba con
impulso fiero,
saludar la victoria
con mi acero
y así morir al
declinar la tarde.
Minha Bandeira
(Francisco Antonio
Balcázar)
Não alcança o homem,
nem consegue a arte,
nem nobres cantos ao
meu ardor esquivos,
proclamar em dísticos
altivos
a glória tricolor do
meu estandarte.
Ele é alma, é emblema
e baluarte;
reinou sempre entre
livres e cativos,
assim na paz de
tempos fugitivos
como no campo
assolador de Marte.
Com ele eu quisera
conquistar a altura
enquanto corra o
sangue na planura;
e ainda que a morte minha
sentença aguarde,
fixá-lo acima com
impulso galhardo,
saudar a vitória com
meu dardo
e assim morrer ao
declinar a tarde.
Referência:
BALCÁZAR, Francisco Antonio. Mi
bandera. In: ORY, Eduardo de (ed.). Parnaso
colombiano: selección de poesías de los líricos contemporáneos. Edición
facsimilar de la impresión de 1914. Santafé de Bogotá: Instituto Caro y Cuervo,
1994. p. 52. (Série ‘La Granada Entreabierta’, 72)
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