Tantos já vaticinaram
a morte da poesia, mas a poesia é uma fênix que se restaura enquanto houver vida
humana sobre a terra, traduzindo os variegados matizes, os êxtases e pesares do
ser, confrontando-lhe a ruína, a prostração: a poesia sempre “dará um jeito”
para se sobrepor às intentonas insanas de seus detratores!
A poetisa polonesa
encerra o poema com um vocativo sereno a todos aqueles que se propõem navegar
pelas águas da Lírica, para que não se deixem abater, se não são muitos os que lhe
dão ouvidos, pois que incapazes de captar-lhe a essência e o valor por trás de cada
arranjo vocabular passível de apontamento num verso.
J.A.R. – H.C.
Kazimiera Iłłakowiczówna
(1892-1983)
Wypowiedź
Naradzają się wciąż – ile wlezie;
od wieków trwa to śledztwo
nad sytuacją w poezji...
Czyż nie wystarczy świadectwo,
że giną religie, ideje,
rozpadają się w proch reżymy
– a wiersze się leją i leją
z rymami albo bez
rymu
i nawet w najgorszym
bezsensie
treść się jakaś w końcu utrzęsie?!
Wznieście czoła, precz – jeremiady,
POEZJA da sobie rady.
Od: “Lekkomyślne serce” (1959)
Velejar para longe
(Leonid Afremov:
pintor israelense)
Um Depoimento
Deliberam sem folga –
à náusea;
há séculos dura a
inquirição
sobre a situação da
poesia...
Não basta a
comprovação
de que morrem ideias,
religiões,
desfazem-se em pó
regimes
– e os versos correm
e correm
rimados ou mesmo sem
rimas
e que até no pior
drama
um sentido se
amalgama?!
Cabeças ao alto,
chega de lamentos,
A POESIA dará um
jeito.
Em: “Coração leviano”
(1959)
Referência:
IŁŁAKOWICZÓWNA, Kazimiera.
Wypowiedź / Um Depoimento. Tradução de Olga
Kempińska. (n.t.) Revista Literária de
Tradução, Florianópolis (SC), ano 5, nº 8, 1º vol., p. 12 (em polonês) / p.
22 (em português), mar. 2014. Disponível neste
endereço. Acesso em: 12 fev. 2024.
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