A voz poética, neste
poema, é de uma mãe que acaba de perder o filho, poucos momentos depois de seu
nascimento: haveria algo mais dorido, até mais que o próprio parto, para uma
mulher que leva dentro de si uma vida em “preparo” por nove meses, com expectativas
fundadas de, num futuro próximo ou mediato, comprazer-se em alegrias, companhia,
desvelo materno e felicidade?!
Uma nota: a rigor, não
poderia validar se a foto abaixo aposta é, de fato, da autora do poema, pois poucas
são as informações biográficas sobre ela na grande rede, as quais, de todo
modo, em alguns pontos – em especial, no portal de poesia do escritor Antonio Miranda –, se associam à aludida imagem, daí porque aqui
inserta.
J.A.R. – H.C.
Joan Barringer
(n. 1955)
My Risen Angel
Rise up! Little
angel, to Heaven.
Limho is only half
way up the stairs.
Your candle has no
flame,
To which age may burn
it down.
Time held by fate,
Only a few seconds
did you hold,
In your tiny
fresh-skined hands.
Your body
Could not harden to
think.
The crystal ball held
the sunshine,
Hidden by your view.
Fear not, little
lamb.
The Creator has not
forsaken.
For you saw not a
drop of rain.
You drank the milk,
And felt the sheep,
Of your natural
mother.
Do not drown your
face of pearls,
Little one,
For a small sleep,
Molds only a flash of
night
and...
Your Father
awaits
at the top.
Querubins
(Rafael Sanzio:
pintor italiano)
Meu Anjo Alado
Sobe, anjinho, ao
céu!
Limbo é só o meio
caminho da escada.
Tua vela não tem a
chama
pela qual a idade a
vai queimando.
O tempo contido pelo
destino
só poucos segundos se
manteve
em tuas pequenas e frescas
mãos.
Teu corpo
não pôde deter-se
para pensar.
A bola de cristal
contém a aurora
atrás de tua visão.
Não tenhas medo, cordeirinho,
o Criador não te
abandonou
porque não viste uma
gota de chuva.
Bebeste o leite
e sentiste o gosto
de tua mãe natural.
Não afogues tua face
de pérola,
pequenino,
porque um soninho
prende apenas um
instante da noite
e...
teu Pai
espera
lá em cima.
Referência:
BARRINGER, Joan. My risen
angel / Meu anjo alado. Tradução de Yolanda Jordão. Revista da Academia
Brasiliense de Letras. Brasília (DF), ano VIII, n. 9, set. 1989. Em inglês:
p. 167; em português: p. 166.
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