Antes mesmo que
conhecesse as letras do alfabeto, a voz lírica já apresentava dotes para
aprender as coisas do mundo ao redor, no caso específico, os afazeres da vida
no campo. Quando se tornou uma mocinha, com efeito, passou a ajudar nas
atividades rurais, conduzindo um trator munido de recursos para empilhar fardos
de feno nas prateleiras do celeiro.
Há quem apresente
habilidades motoras e espaciais como se fossem inatas, enquanto outros parecem
predispostos a acidentes no mais comezinho locomover-se: o que releva na
história ora descrita – ou o que, pelo menos, a poetisa buscou enfatizar –,
certamente, é o fato de que se trata de uma garota a pilotar habilmente um
trator – e não um rapaz –, pois o que se vê como atividades femininas corriqueiras no campo são a lavoura, a colheita
de frutos (quando ainda manual), ou mesmo a produção de alimentos.
J.A.R. – H.C.
(n. 1949)
Girl on a Tractor
I knew the names of
all the cows before
I knew my alphabet,
but no matter the
subject; I had
mastery of it, and when
it came time to help
in the fields, I
learned to drive a
tractor at just the right
speed, so that two
men, walking
on either side of the
moving wagon
could each lift a
bale, walk towards
the steadily arriving
platform and
simultaneously hoist
the hay onto
the rack, walk to the
next bale, lift,
turn, and find me
there, exactly where
I should be, my hand
on the throttle,
carefully measuring
out the pace.
Pôster Chinês
(Autoria
Desconhecida)
Moça sobre um Trator
Eu sabia os nomes de todas
as vacas antes
de conhecer o meu alfabeto;
contudo,
sem que importasse
o assunto, eu o
dominava, e uma vez
chegado o momento de
ajudar nos campos, aprendi
a conduzir um trator
à adequada
velocidade, para que
dois homens, caminhando
a cada lado do veículo
em movimento,
pudessem levantar cada
um o seu fardo, caminhar
em direção
à plataforma móvel a
ritmo uniforme e,
simultaneamente, içar
o feno até a
a prateleira, deslocar-me
até o próximo fardo,
levantá-lo,
dar a volta, para de novo
encontrar-me lá,
exatamente onde
eu deveria estar, com
a minha mão no acelerador,
a medir
cuidadosamente o ritmo.
Referência:
SUTPHEN, Joyce. Girl
on a tractor. In: KEILLOR, Garrison (Selector and Introducer). Good poems.
New York, NY: Penguin Books, 2003. p. 163.
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