O Prof. Dr. João-Francisco foi o curador de uma exposição, em meados de
set/2008, na Galeria de Arte da Unicamp (SP), de obras do gravurista e
aquarelista polonês Maciej Antoni Babinski (n. 1931), radicado no Brasil desde
1953.
Muito antes, em 1980, ele redigira um belo poema em sua homenagem,
abaixo transcrito, muito provavelmente tendo por lastro visual alguma obra do
artista, já ambientada ao panorama brasileiro.
Obs.: A transcrição abaixo reproduz literalmente o texto contido na
referência ao final desta postagem. Contudo, a leitura completa do poema quase
convenceu-me de que, onde se grafa “soma” no quarto verso da primeira estrofe, talvez
houvesse a palavra “sombra”, para criar o paralelo lógico com o sentido
atribuível ao derradeiro verso da segunda estrofe. Ou não, como diria o Caetano
Veloso! (rs)
J.A.R. – H.C.
João-Francisco Duarte Jr.
(n. 1953)
Anunciação
para Babinski
O grito verde do
periquito
Flechando o alvo azul
do céu
Anuncia o instante
que passa
Rumo à soma do
passado,
Nesta conta sem razão
A que se chama
eternidade.
E fica a certeza da
luz,
O voo e a lição ensinada:
Frente ao facho desta
vida
Se o tempo tem que
ter medida
Há de ser, em cada
corpo,
Toda sombra
projetada.
(1980)
Composição
(Babinski: pintor
polonês)
Referência:
DUARTE JR., João-Francisco. Anunciação.
In: BRITO, Heládio; MORAIS, Regis de et al. Oficina: exercícios do ofício da poesia. 2. ed. Campinas, SP:
Papirus, 2001. p. 85. (Edição Comemorativa Limitada)
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