Berryman sintetiza o espírito de gratidão e congraçamento presente no
Dia de Ação de Graças, nos Estados Unidos, cuja importância sobreleva-se a
outros dias do ano que, costumeiramente, são celebrados com maior ênfase, por
exemplo, neste país.
É quando se prepara uma refeição que acolhe pessoas de todas as
convicções religiosas, políticas ou até mesmo étnicas, sendo a mesa o grande
denominador comum, à volta da qual todos buscam entrar em concórdia com os seus
e com os outros, ao som de músicas que reflitam esse propósito.
J.A.R. – H.C.
John Berryman
(1914-1972)
Minnesota Thanksgiving
For that free Grace
bringing us past great risks
& thro’ great
griefs surviving to this feast
sober & still,
with the children unborn and born,
among brave friends,
Lord, we stand again in debt
and find ourselves in
the glad position: Gratitude.
We praise our
ancestors who delivered us here
within warm walls all
safe, aware of music,
likely toward ample
& attractive meat
with whatever
accompaniment
Kate in her kind
ingenuity has seen fit to devise,
and we hope – across
the most strange year to come –
continually to do
them and You not sufficient honour
but such as we become
able to devise
out of decent or
joyful conscience & thanksgiving.
Yippee!
Bless then, as Thou
wilt, this wilderness board.
A primeira de Ação de Graças: 1621
(Jean Leon Gerome
Ferris: pintor norte-americano)
Ação de Graças de Minnesota
Por essa Graça pródiga
que nos faz passar por grandes riscos,
em meio a aflições
intensas, sobrevivendo a esta festa
sóbrios e tranquilos,
com as crianças nascidas e não nascidas,
entre bravos amigos,
Senhor, estamos novamente em dívida
e nos encontramos em
jubilosa posição: Gratidão.
Louvamos nossos
ancestrais que nos conduziram até aqui
dentro de tépidas paredes,
todos a salvo, atentos à música,
provavelmente em
busca da refeição atraente e abundante,
com qualquer tipo de
acompanhamento
que Kate, em sua
engenhosidade, achou por bem conceber,
e esperamos – ao
longo do ano mais estranho por vir –
fazê-las
continuamente mesmo sem Tua suficiente honra,
porém na medida em
que sejamos capazes de as conceber
a partir de
consciência digna ou exultante e agradecida.
Hurra!
Bendize então, segundo
o Teu desígnio, esta mesa deserta.
Referência:
BERRYMAN, John. Minnesota thanksgiving.
In: KEILLOR, Garrison (Selection and Introduction). Good poems for hard times.
New York, NY: Penguin Books, 2006. p. 163.
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