Nada se tem na internet de mais detalhado sobre o autor do
infratranscrito poema, embora se possa deduzir, pelos poucos indícios presentes
aqui e ali, que se trata de um poeta paulista, dada a menção, infrequente mas indicativa, à cidade de Campinas.
O poema trata do fenômeno expansionista das palavras em razão da
disseminação das ideias, até que possam elas dar conta de toda a expressão da
vida. Mas ao fim e ao cabo, o que sob tal perspectiva há de ser mais bem
elucidado é que o homem não pode dispensar-se de compreender a si próprio.
J.A.R. – H.C.
Invasão Dialética
(Adrian Koutoupidis:
pintor ítalo-australiano)
Dialética
As ideias cresceram
demais
e as palavras
começaram a crescer
pra alcançar as ideias
A vida cresceu demais
e as ideias começaram
a crescer
pra alcançar a vida
Isso foi no começo
do meio pro fim
e do fim pro começo
Antes de o homem
compreender
que ele também
precisava crescer
mais do que as
palavras
bem mais do que as ideias
Em: “O Homem da Encosta”
Relógio
(Gerald Murphy:
pintor norte-americano)
Referência:
CAMPOS, Guilherme de. Dialética. In:
__________. A procura do autêntico.
Rio de Janeiro: Livraria São José, 1958. p. 146.
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