Em versão do poema traduzida do espanhol, postamos neste momento uma
bela poesia – que, salvo engano, faz menção a Cristovão Colombo –, da pena do
poeta belga de língua francesa Geo Libbrecht.
É algo inimaginável uma aventura como a de Colombo, em pleno século XV, atravessando
o Atlântico, sem conceber, em linhas definitivas, o que adviria de tamanha
empreitada.
Para tão grande incumbência, tornam-se necessários tanto conhecimento prático quanto ímpeto de espírito, um apego pelo acaso e uma convicção inabalável em suas
próprias ideias: Colombo mereceu todo o crédito que teve!
J.A.R. – H.C.
Geo Libbrecht
(1891-1976)
O Banquete das Sombras
Com o dedo fazes
girar a terra
e alimentas as
despedidas.
O Mapa Mundi
iluminado
tem misteriosos
olhares.
Uma janela da América
acende-se e cruza o
céu,
uma máscara esconde a
lua,
uma ilha alcança o
sonho.
Os mares têm maturado
seus trigais de sombra
e os viajantes de
continentes
vão, invisíveis pelo
mundo,
ao ritmo da rosa dos
ventos.
Pressente-os,
chama-os
e nenhum eco devolve
tua voz.
Fazes-te ronda eterna
e a terra gira dentro
de ti.
Referência:
LIBBRECHT, Geo. El banquete de las sombras.
In: VANDERCAMMEN, Edmond; JONCKHEERE, Karel
(Orgs.). Poesía belga contemporánea: francesa y
neerlandesa. Traducción del francés al español por Alvarez Ortega et al.
Traducción del neerlandés al español por Francisco Carrasquer. Madrid, ES:
Aguilar, 1966. p. 32.
❁
Nenhum comentário:
Postar um comentário