Encontramos este belo poema na seleta apresentada em referência. Nela
consta que pertença ao poeta turco contemporâneo Chrysostomo Medjid. Contudo,
na internet nada se comenta sobre um autor com esse nome.
Aliás, aparece ele, com frequência, associado ao da poetisa Francisca
Júlia da Silva, nascida em Xiririca (SP), em 31.8.1871, e falecida em São Paulo
(SP), em 1º.11.1920. Com efeito, é possível que ou bem Francisca o tenha
vertido do turco, ou bem o nome turco seja apenas um pseudônimo de uma criação
que, de fato, é sua. Restou a dúvida.
Não restam dúvidas, contudo, sobre a sua obra na qual originalmente o
poema apareceu ao público brasileiro: “Esfinges”, de 1903.
J.A.R. – H.C.
Francisca Júlia
(1871-1920)
Quando estiveres triste
Quando estiveres
triste, ou quando presa
Estiveres de um mal
que te afadiga,
Não é preciso que teu
lábio diga
Quais as causas do
mal ou da tristeza.
Se estiveres alegre,
achando gosto
A tudo, alegre e sã,
não é preciso
Que me contes a causa
do sorriso
Que te pôs um clarão
em todo o rosto.
Olha-me só: e eu te
direi se calma
Estás, ou se te
aflige algum receio...
Teu olhar é uma
página onde leio
O que se passa dentro
de tu’alma.
Tristeza
Carmen Tyrrell:
pintora romena
Referência:
MEDJID, Chrysostomo. Quando estiveres
triste. In: MARIANNO, Olegário. Traduções
selecionadas: antologia de tradutores. Rio de Janeiro: Guanabara Waissman Koogan Ltda., 1932.
p. 53-54.
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