Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

domingo, 24 de maio de 2015

Emily Dickinson - A alma escolhe sua própria sociedade

Aqui está mais um poema lúdico da norte-americana Emily Dickinson, no qual prepondera a ideia de reclusão e de privacidade. Diz-nos ela que, uma vez que a alma escolha companheiro(a)s de caminhada, outro(a)s, alternativamente, serão objeto de seu alheamento, ainda que, metaforicamente, se ajoelhem para súplicas e apelos.

Há um certo matiz romântico no poema, inoculado com algum determinismo. Não saberíamos precisar, mas as palavras de Emily tendem a ratificar a máxima de que, mesmo que se venha a possuir muito(a)s amantes e companheiro(a)s, apenas um(a) dele(a)s tem acesso ao mais recôndito aposento da alma.

J.A.R. – H.C.

Emily Dickinson
(1830-1886)

The Soul selects her own Society

The Soul selects her own Society −
Then − shuts the Door −
To her divine Majority −
Present no more −

Unmoved − she notes the Chariots − pausing −
At her low Gate −
Unmoved − an Emperor be kneeling
Upon her Mat −

I’ve known her − from an ample nation −
Choose One −
Then − close the Valves of her attention −
Like Stone –

Divas
(Duncan Chrystal: pintor
canadense de origem escocesa)

A alma escolhe sua própria sociedade

A alma escolhe sua própria sociedade
     E a porta fecha, então;
Na sua divinal maioridade,
     Não interfiras, não.

Ei-la, impassível, se a carruagem para
     Ao pé da escadaria...
Impassível – e um rei se ajoelhara
     Sobre a tapeçaria...

De alguém sei eu, que em toda uma nação
     Um único escolheu,
E após, marmórea, as valvas da atenção
     Para sempre desceu...

Referência:

DICKINSON, Emily. The soul selects her own society / A alma escolhe sua própria sociedade. In: __________. Tradução, seleção, apresentação e nota de Olívia Krähenbühl. Ilustrações de Darcy Penteado. São Paulo, SP: Saraiva, 1956. Em inglês: p. 144 e 146; Em português: p. 145 e 147.

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