Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Miguel Ángel Zapata - Regresso a Cuzco

O literato e poeta peruano Miguel Zapata, num breve poema, relembra o seu passado em Cuzco, cidade histórica do vizinho país andino, localizada no denominado “Vale Sagrado dos Incas”.

 

Cuzco, é muito bom que se diga, significa “umbigo do mundo” no idioma quíchua. Logo, é como se o poeta regressasse ao ponto de onde partiu para conquistar o mundo, embora lá não houvesse nascido, mas em Piura, ao norte do país.

 

Chega o vate “solitário e molhado” à cidade, o que fez-me evocar as idas a Belém do Pará, onde o céu quase sempre se encontra sob as ameaças da chuva e, pelo menos na Cidade Velha, ainda há muitas calçadas com pedras portuguesas.

 

Mas, distintamente de Cuzco, onde o clima deve ser ameno em razão da altura, na “Cidade das Mangueiras” o calor equatorial lembra-nos que estamos quase à altura da linha do Equador, em vasta região de planície.

 

J.A.R. – H.C.


Miguel Ángel Zapata

(Piura, PE: 1955)

 

Regreso al Cuzco

 

Aquí me tienes con la lluvia

solitario y húmedo

todo lleno de cielos y

montañas.

Ya no soy más el niño que

lloraba tan tristemente sobre

su almohada.

Aquí estoy nuevamente

regresando

a tus viejas calles de piedra

como granizo sobre

tejados. 

 

Cuzco - Peru

 

Regresso a Cuzco

 

Aqui me tens com a chuva

solitário e molhado

todo cheio de céus e

montanhas.

Já não sou o menino que

chorava tão tristemente sobre

seu travesseiro.

Aqui estou novamente

regressando

a tuas velhas ruas de pedra

como granizo sobre os

telhados.

 

Referência:

 

ZAPATA, Miguel Ángel. Cuzco. In: In: ARDUZ, J. C. Iván Canelas (Ed.). Antología de la poesía universal. Tomo III. América 2. Oruro, BO: Latinas, 1996. p. 244.

  

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