O
literato e poeta peruano Miguel Zapata, num breve
poema, relembra o seu passado em Cuzco, cidade histórica do vizinho país
andino, localizada no denominado “Vale Sagrado dos Incas”.
Cuzco,
é muito bom que se diga, significa “umbigo do mundo” no idioma quíchua. Logo, é
como se o poeta regressasse ao ponto de onde partiu para conquistar o mundo,
embora lá não houvesse nascido, mas em Piura, ao norte do país.
Chega
o vate “solitário e molhado” à cidade, o que fez-me evocar as idas a Belém do
Pará, onde o céu quase sempre se encontra sob as ameaças da chuva e, pelo menos
na Cidade Velha, ainda há muitas calçadas com pedras portuguesas.
Mas,
distintamente de Cuzco, onde o clima deve ser ameno em razão da altura, na
“Cidade das Mangueiras” o calor equatorial lembra-nos que estamos quase à
altura da linha do Equador, em vasta região de planície.
J.A.R.
– H.C.
Miguel Ángel Zapata
(Piura, PE: 1955)
Regreso al Cuzco
Aquí me tienes con la lluvia
solitario y húmedo
todo lleno de cielos y
montañas.
Ya no soy más el niño que
lloraba tan tristemente sobre
su almohada.
Aquí estoy nuevamente
regresando
a tus viejas calles de piedra
como granizo sobre
tejados.
Cuzco - Peru
Regresso a Cuzco
Aqui me tens com a chuva
solitário e molhado
todo cheio de céus e
montanhas.
Já não sou o menino que
chorava tão tristemente sobre
seu travesseiro.
Aqui estou novamente
regressando
a tuas velhas ruas de pedra
como granizo sobre os
telhados.
Referência:
ZAPATA,
Miguel Ángel. Cuzco. In:
In: ARDUZ, J. C. Iván Canelas (Ed.). Antología de la poesía
universal. Tomo III. América 2. Oruro, BO: Latinas, 1996. p. 244.
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