Na antologia de onde retiramos alguns dos poemas que constam nestas
postagens da semana erótico-pornográfica (‘vide’ referência), sobressaem os
sonetos do paulista Glauco Mattoso, dezoito ao todo, a demonstrar que, em
matéria de sexo, a mente humana é capaz, literalmente, de perscrutar as suas
mais recônditas paragens.
Você deseja que se ilustre o que ora afirmamos?! Então vamos lá! Eis
aqui os designativos que Mattoso atribui a cada um dos sonetos recolhidos por Alexei
Bueno: ‘putanheiro’, ‘buceteiro’, ‘ninfeta’, ‘luxúria’, ‘retaguardista’, ‘superdotado’,
‘onanista’, ‘punheteiro’, ‘utópico’, ‘oroerótico’ (ou ‘oroteórico’), ‘fimosado’,
‘aprendizado’, ‘chupeteiro’, ‘asseado’, ‘higiênico’, ‘evacuado’, ‘bizarro’ e ‘comestível’.
Tem ou não a mente fértil essa “criança”? (rs).
J.A.R. – H.C.
Glauco Mattoso
(n. 1951)
Soneto 673 fimosado
Boquete especialista
exige a estreita
fimose, pra que a
glande não atrite.
A pele se arregaça
até um limite
que a língua, na
faxina oral, respeita.
Ao bico de chaleira
se sujeita
quem chupa, sem
direito a dar palpite.
Sebinho que no vão se
deposite
vai sendo removido, e
a boca aceita.
Bombeia a rola,
lenta, sob o lábio,
abrindo-se o prepúcio
no vaivém.
A mijo o sêmen sabe,
e o sebo sabe-o.
Humilha-se uma boca
muito além
da suja felação, e,
até que acabe-o,
seu ato animaliza
onde entretém.
Referência:
MATTOSO, Glauco. Soneto 673 fimosado. In: BUENO, Alexei (Org.). Antologia pornográfica: de Gregório de
Mattos a Glauco Mattoso. Ed. Especial. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira,
2011. p. 201. (Saraiva de Bolso)
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