Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Semana Erótico-Pornográfica: (V) Glauco Mattoso

Na antologia de onde retiramos alguns dos poemas que constam nestas postagens da semana erótico-pornográfica (‘vide’ referência), sobressaem os sonetos do paulista Glauco Mattoso, dezoito ao todo, a demonstrar que, em matéria de sexo, a mente humana é capaz, literalmente, de perscrutar as suas mais recônditas paragens.

Você deseja que se ilustre o que ora afirmamos?! Então vamos lá! Eis aqui os designativos que Mattoso atribui a cada um dos sonetos recolhidos por Alexei Bueno: ‘putanheiro’, ‘buceteiro’, ‘ninfeta’, ‘luxúria’, ‘retaguardista’, ‘superdotado’, ‘onanista’, ‘punheteiro’, ‘utópico’, ‘oroerótico’ (ou ‘oroteórico’), ‘fimosado’, ‘aprendizado’, ‘chupeteiro’, ‘asseado’, ‘higiênico’, ‘evacuado’, ‘bizarro’ e ‘comestível’.

Tem ou não a mente fértil essa “criança”? (rs).

J.A.R. – H.C.

Glauco Mattoso
(n. 1951)

   Soneto 673 fimosado

   Boquete especialista exige a estreita
   fimose, pra que a glande não atrite.
   A pele se arregaça até um limite
   que a língua, na faxina oral, respeita.

   Ao bico de chaleira se sujeita
   quem chupa, sem direito a dar palpite.
   Sebinho que no vão se deposite
   vai sendo removido, e a boca aceita.

   Bombeia a rola, lenta, sob o lábio,
   abrindo-se o prepúcio no vaivém.
   A mijo o sêmen sabe, e o sebo sabe-o.

   Humilha-se uma boca muito além
   da suja felação, e, até que acabe-o,
   seu ato animaliza onde entretém.

  
Referência:

MATTOSO, Glauco. Soneto 673 fimosado. In: BUENO, Alexei (Org.). Antologia pornográfica: de Gregório de Mattos a Glauco Mattoso. Ed. Especial. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2011. p. 201. (Saraiva de Bolso)

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