Num belíssimo poema, em que toma a Terra como objeto maior da Filosofia,
da Ciência e da Religião, o poeta norte-americano E. E. Cummings parece abraçar
a causa dos que propugnam a necessidade de mantê-la saudável para a geração
presente e as futuras.
A transcrição do poema que abaixo apresentamos é tal e qual como se
encontra na coletânea de seus poemas reunidos, mencionada no campo de
referência: a pontuação é meio iconoclasta, não seguindo os padrões
tradicionais.
Para facilitar a leitura, dispusemos livremente nossa versão em português,
de modo a facilitar a leitura e o entendimento dos internautas. Julgamos que,
desse modo, não estejamos desfigurando a mensagem maior do autor, um libelo
voltado a todos aqueles que amam de paixão este insuspeitado cantinho do
universo.
J.A.R. – H.C.
E. E. Cummings
(1894-1962)
O sweet
spontaneous earth
O sweet spontaneous
earth how often have
the
doting
fingers of
prurient philosophers pinched
and
poked
thee
, has the naughty thumb
of science prodded
thy
beauty .how
often have religions taken
thee upon their scraggy knees
squeezing and
buffeting thee that thou mightest conceive
gods
(but
true
to the incomparable
couch of death thy
rhythmic
lover
thou answerest
them only with
spring)
Paz na Terra
Stan Wisniewski: artista norte-americano
Ó doce e espontânea terra
Ó doce e espontânea Terra,
quantas vezes os afetuosos
e
lascivos dedos dos
filósofos
te beliscaram e
apalparam,
o polegar travesso da
ciência
instigou tua beleza.
Quantas vezes as
religiões te
dispuseram entre os descarnados
joelhos,
apertando-te e
açoitando-te para que
concebesses deuses.
(mas fiel ao leito
incomparável da
morte,
tua amante rítmica,
tu só lhes
respondes com
a primavera).
Referência:
CUMMINGS, E. E. O sweet spontaneous earth. In: __________. Complete poems: 1904-1962. Revised,
corrected and expanded edition containing all the published poetry. Edited by
George J. Firmage. 7. ed. New York, NY: Liveright, 1991. p. 58.
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